Presidente da Raríssimas acusada de usar subsídios público em proveito próprio
Reportagem da TVI revela como Paula Brito Costa pode ter recorrido a fundos da associação para pagar despesas pessoais mensais de milhares de euros. Segurança Social vai avaliar a situação.
A atuação de Paula Brito Costa na liderança dos destinos da Associação Rarísssimas está a ser posta em causa. Tudo em resultado de uma reportagem da TVI que demonstra que a presidente da Raríssimas pode ter recorrido a fundos da associação sem fins lucrativos para pagar mensalmente milhares de euros em despesas de ordem pessoal.
Em causa, poderão estar mapas de deslocações fictícias, a compra de vestidos de alta costura, gastos pessoais em supermercados, segundo retrata a reportagem da TVI. As informações foram corroboradas pelos testemunhos de vários antigos funcionários da instituição sem fins lucrativos que recebeu mais de 1,5 milhões de euros, dos quais metade se tratam de subsídios estatais.
Entre os ex-funcionários em causa estão dois ex-tesoureiros, uma antiga dirigente, bem como uma pessoa que trabalhou como secretária na Raríssimas, que disponibilizaram vários documentos que dão conta de transações alegadamente ilícitas que terão beneficiado Paula Brito Costa.
De acordo com a reportagem da TVI, a presidente da Raríssimas recebia um salário base de três mil euros mensais, a que acresciam 1.300 euros em ajudas de custo, bem como 816,67 euros de um plano poupança-reforma e ainda 1.500 euros em deslocações. A estes valores acresceria ainda o aluguer de um carro de luxo com o valor mensal de 921,59 euros, bem como compras de ordem pessoal que Paula Brito Costa faria com o cartão de crédito da associação. Uma fatura de um vestido de 228 euros ou de uma despesa de 364 euros em compras de supermercado, dois quais 230 euros diziam respeito a gambas, são alguns dos documentos facultados à TVI pelos antigos funcionários da Raríssimas.
Mas há mais nomes referidos na reportagem, sendo o atual secretário de Estado da Saúde — Manuel Delgado — um deles, a propósito da sua contratação em 2013 como consultor, cargo para o qual seriam pagos 3.000 euros por mês. Contudo, na reportagem da TVI, não é apontado ao atual governante a prática de apresentação de despesas fictícias ou do uso de fundos da empresa para despesas pessoais.
Sónia Fertuzinhos, deputada do PS, é outro dos nomes referidos na reportagem da TVI, já que se terá deslocado à Noruega, tendo a viagem sido paga pela Raríssimas. Sónia Fertuzinhos é casada com o ministro Viera Da Silva.
O caso, diz a TVI, está já a ser investigado pela Polícia Judiciária.
No seguimento desta notícia, a Raríssimas já reagiu através da sua página de Facebook, classificando as acusações de “insidiosas”. “Todas as acusações apresentadas nesta reportagem são insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, diz a associação, acrescentando que “toda a documentação, designadamente despesas efetuadas pela Presidente da Raríssimas em deslocações e em representação da Instituição, está registada contabilisticamente e auditada, tendo sido aprovada por todos os órgãos da direção”.
Também o Ministério do Trabalho e da Segurança Social já reagiu através de um comunicado enviado às redações, dizendo que “vai avaliar a situação e agir em conformidade“, mas que o irá fazer ” tendo sempre em conta, e em primeiro lugar, o superior interesse dos beneficiários desta instituição”.
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