Offshore do GES transferiu 54 mil euros para familiares de Frasquilho
Uma offshore do GES transferiu 54 mil euros para o pai, mãe e irmã do atual chairman da TAP. Frasquilho esclarece que transferências foram a seu pedido, mas desconhece a razão de ter sido uma offshore
O pai, a mãe e o irmão de Miguel Frasquilho, ex-secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, antigo deputado do PSD e atual chairman da TAP, receberam, entre 2009 e 2011, seis transferências de uma conta na Suíça, detida pela Espírito Santo Enterprises. Esta é a offshore, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, que o Ministério Público acredita que o Grupo Espírito Santo usava para pagamentos não registados. Miguel Frasquilho confirma as transferências e diz que os montantes transferidos correspondiam a rendimentos seus, que foram declarados ao fisco.
A notícia foi avançada, este sábado, pelo Expresso (acesso pago). Segundo o semanário, os três familiares de Miguel Frasquilho receberam, em conjunto, 54,5 mil euros da Espírito Santo Enterprises. O antigo deputado esclarece ao mesmo jornal que as transferências foram feitas para os seus familiares a seu pedido.
“A circunstância de esses pagamentos terem sido efetuados em contas de familiares meus deve-se apenas ao facto de eu ter pedido isso mesmo à minha entidade patronal, uma vez que tinha dívidas para saldar com os meus familiares diretos referidos”, disse. “Quanto à questão da proveniência dos valores, desconheço em absoluto“, acrescentou.
A questão levanta-se porque a Espírito Santo Enterprises ficou conhecida no ano passado quando foi revelado que esta era a empresa usada pelo GES para canalizar, ao longo de vários anos, milhões de euros em pagamentos não declarados.
Na altura em que os pagamentos foram feitos aos familiares de Miguel Frasquilho, o atual chairman da TAP acumulava o cargo de deputado com o de diretor da Espírito Santo Research, uma corretora do BES.
Miguel Frasquilho assegura, contudo, que a sua situação fiscal está totalmente regularizada. “Todas as minhas remunerações, entre salários, prémios, benefícios de saúde ou outras, que eu ou os meus familiares diretos recebemos ao longo destes anos, sempre constaram das minhas declarações de rendimento anuais que me foram entregues já preenchidas pela minha entidade patronal (BES), e que eu apresentei perante as finanças”, disse ao Expresso.
O antigo deputado garante ainda que as transferências feitas pela Espírito Santo Enterprises foram declaradas ao fisco. “Nunca dei à minha entidade patronal nenhuma indicação para reportar valores diferentes daqueles que efetivamente me eram devidos (entre os quais, os que foram feitos aos meus familiares)”.
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