Jerónimo Martins com lucros de 500 milhões de euros

A venda da Monterroio impulsionou os resultados da retalhista praticamente para o dobro. Sem recorrentes, os lucros teriam crescido 12%. Vendas do grupo apoiadas sobretudo na actividade da Polónia.

O grupo Jerónimo Martins que opera em Portugal, Polónia e Colômbia fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 500 milhões de euros, um crescimento de 98,9% face ao período homólogo, impulsionados com os ganhos não recorrentes com a venda da Monterroio. A empresa do ramo industrial foi alienada pela Jerónimo Martins durante o terceiro trimestre do ano, à Sociedade Francisco Manuel dos Santos por 310 milhões de euros, com uma mais-valia de 224 milhões de euros. Sem esta operação os lucros da retalhista teriam subido 12%, segundo anunciou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.

Fonte: Jerónimo Martins (Valores em milhões de euros)
Fonte: Jerónimo Martins (Valores em milhões de euros)

Estes resultados ficam aquém das estimativas dos analistas que apontavam para um resultado líquido no acumulado dos três primeiros trimestres do ano de 510 milhões de euros.

As vendas da Jerónimo Martins cresceram 5,5% para 10,738 mil milhões de euros apoiadas sobretudo com a atividade da insígnia polaca Biedronka, cujas vendas cresceram 4,8% para os 7,163 mil milhões de euros. A empresa reconhece que “o rendimento disponível registado no país continua a beneficiar o ambiente de consumo” dos polacos.

Já em Portugal as vendas do Pingo Doce cifraram-se nos 2,628 mil milhões de euros, um crescimento de 4,7% face aos primeiros nove meses de 2015.

Por seu turno na Colômbia, onde o grupo detém a Ara as vendas atingiram os 162,3 milhões de euros.

O EBITDA do grupo sofreu também um impacto positivo, tendo subido 6,7% para os 626,9 milhões de euros, com a respetiva margem a atingir os 5,8% em linha com a margem registada em igual período de 2015. Olhando apenas para terceiro trimestre do ano, o EBITDA consolidado aumentou 6,5% com a margem de EBITDA a situar-se nos 6,3%. O grupo diz que “este desempenho positivo evidencia a eficácia da estratégia de assumir o crescimento como primeira prioridade das companhias”.

Pedro Soares dos Santos, administrador delegado da Jerónimo Martins adianta em comunicado que “o desempenho dos primeiros nove meses do ano valida a estratégia definida e assegura a concretização dos objetivos a que nos propusemos para 2016”.

"O desempenho dos primeiros nove meses do ano valida a estratégia definida e assegura a concretização dos objetivos a que nos propusemos para 2016.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente executivo da Jerónimo Martins

O grupo investiu até setembro 295,1 milhões de euros, sendo que deste montante 43% foram investidos na Biedronka.

Face à operação da Monterroio, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos reconhece que no final de setembro, o grupo “registava uma posição líquida de excesso de caixa de 179,3 milhões de euros”. A empresa não adianta contudo, se irá como tem sido afirmado pelos analistas, proceder ao pagamento de um dividendo extraordinário a exemplo do que aconteceu o ano passado.

As ações da Jerónimo Martins fecharam esta sexta-feira a cair 0,52% até 16,52 euros, acumulando uma valorização de 35% desde o início do ano.

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