Preços das casas devem crescer 5% ao ano em 2018 e 2019 em Portugal
A agência de rating Fitch prevê que o preço das casas aumente 5% durante estes dois anos, principalmente em Lisboa, Porto e na região do Algarve. Crédito à habitação também deverá aumentar.
Os preços das casas em Portugal devem crescer em 2018 e 2019, em torno de 5% por ano, prevê a agência de notação financeira Fitch no relatório divulgado esta segunda-feira sobre tendências do mercado de habitação.
A moderação do crescimento é justificada pela oferta limitada de imóveis e pela procura mais confiante, sustentadas por um melhor contexto macroeconómico. As subidas acima da média devem ocorrer em cidades maiores como Lisboa e Porto, assim como na região do Algarve, “locais com mercados de trabalho mais fortes do que outras regiões e que são influenciados por investidores imobiliários corporativos que visam capitalizar as oportunidades de mercado”.
No relatório recorda-se que a recuperação de preços se tem consolidado com subidas de 4% a 5% por ano desde o final de 2015, “apoiadas por uma melhoria da perspetiva macroeconómica, confiança do consumidor e oferta limitada de imóveis”. A Fitch referiu que, apesar da construção “continuar frágil, a recuperação está a começar”, acrescentando que as estatísticas oficiais mostram que os licenciamentos e as finalizações cresceram pelo segundo ano consecutivo, “embora de uma base muito baixa”.
“Por exemplo, a contagem anual de licenciamento de novas casas cresceu 30% a partir do 2.º trimestre de 2017, apesar desse valor representar apenas 25% do valor máximo desde 2006/2007”, lê-se no relatório. Para quem compra casa pela primeira vez deverá continuar a ter dificuldades nos próximos dois anos, devido ao facto de os preços da habitação estarem a crescer mais do que o rendimento disponível dessas famílias. Já para quem paga crédito à habitação, deve contar com taxas de juro estáveis, por não se esperarem aumentos significativos nos próximos dois anos.
Os novos contratos têm obrigado ao pagamento entre 1,7% e 2% de juros anuais, enquanto os contratos existentes registam taxas de 1,2%, segundo dados de agosto de 2017 citados no documento. A empresa notou ainda a redução do crédito malparado. A Fitch perspetiva que aumente o crédito nos próximos anos, num contexto de subida do Produto Interno Bruto (PIB), descida do desemprego e não alteração significativa das taxas de juro.
O ritmo dos novos empréstimos bancários para aquisição de casas tem sido mais forte desde 2014, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE), crescendo 44% em 2016 e deverá crescer em 35% em 2017. O valor de 2017 é equivalente a 35% – 40% do pico registado em 2007/2008. A taxa de crescimento para compra deve desacelerar em 2018 e 2019 em relação aos dois últimos anos, considerando principalmente o decréscimo na previsão do PIB e as restrições de acessibilidade para os compradores de primeira casa.
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