O “milagre económico português” visto pelos galegos
O jornal espanhol La Voz de Galicia tem reportado os casos dos galegos que escolheram passar a fronteira. Chamam-lhe o "milagre económico português".
São empresários, jornalistas, médicos, professores universitários, e tantos outros cidadãos galegos, que ilustram “o milagre económico português”. Escolheram passar a fronteira e estabelecer-se em território nacional e são os protagonistas de uma série de reportagens publicadas pelo jornal espanhol La Voz de Galicia.
Da ótica dos cidadãos, Portugal conquistou-os através da sua hospitalidade, da tranquilidade social e política e das mudanças que o resgate trouxe à maneira de pensar e de governar. “Portugal tem agora uma forma mais progressista de fazer política. Tudo isso ajuda muito”, aponta Manuel Bello, jornalista estabelecido em Lisboa. “As pessoas estão mais confiantes, há mais tranquilidade social e mais turismo. O emprego cresce, há segurança e muitas empresas que querem vir para cá”, afirma Malena Fernandéz, que trocou Barcelona por Lisboa.
Por outro lado, as empresas enumeram como vantagens em relação à Galiza os baixos custo de abrir uma PME, tanto a nível de registo como a nível fiscal, passando também pelo facto de cada autarquia ter o poder necessário para decidir o que se passa no seu território, o que leva a que cada autarca tenha as competências para acrescentar incentivos.
O empresários destacam ainda os efeitos positivos do resgate financeiro, que tornou o país mais ágil em termos de prazos e burocracia: “O resgate fê-los mudar de filosofia”, afirma ao jornal, Víctor del Canto, presidente da construtora Civis Global, responsável pela edificação em solo nacional de muitas empresas galegas.
Ainda assim, há que manter a precaução. “Não é tão real como querem mostrar, porque o fosso social está a aumentar”, aponta Adolfo Remesar, que se estabeleceu na Póvoa de Varzim. “Nas zonas com turismo a coisa vai mais ou menos bem, mas não é disso que vive todo o país. O preço das casas está a aumentar, os salários nos setores dos serviços são baixos, a saúde está a privatizar-se”, enumera.
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