Caldeira Cabral: Valorização do euro não prejudica exportações portuguesas
O ministro da Economia acredita que Portugal é suficientemente competitivo para que as suas exportações, sobretudo para os Estados Unidos, não sejam afetadas pela valorização do euro.
Manuel Caldeira Cabral não vê “razões sólidas” para que haja uma valorização acentuada do euro. Ainda assim, a apreciação da moeda única que já tem vindo a verificar-se nos últimos meses não é suficiente para prejudicar o desempenho das exportações portuguesas. “Somos muito competitivos nas exportações”, garante o ministro da Economia, em entrevista à Bloomberg.
Questionado pela Bloomberg sobre o impacto que o antecipado fim dos estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE) às economias da zona euro e a valorização do euro terão sobre o crescimento económico, Caldeira Cabral mostra-se confiante. “O quantitative easing deverá continuar por alguns anos e não há razões sólidas para uma valorização acentuada do euro”, disse em Davos, onde está a participar no 48º Fórum Económico Mundial.
Seja como for, Portugal não será afetado nesse cenário. “Mesmo com a valorização do euro, aumentámos as exportações para os Estados Unidos em 20% e tivemos um aumento de 40% no número de turistas norte-americanos, o que também tem a ver com o aumento das ligações aéreas. Somos muito competitivos nas exportações. Temos tido um boom muito interessante nas exportações para os mercados americanos”, afirma o ministro da Economia.
Ainda quanto ao desempenho da economia portuguesa, Caldeira Cabral aponta que o crescimento da economia tem contribuído para “garantir que temos a confiança dos investidores”, o que ajuda a melhorar as condições de financiamento do país. “Estamos muito comprometidos em reduzir o défice e em conseguir uma redução estável da dívida. Não apenas nestes últimos dois anos, mas nos próximos dez anos”.
Outra consequência do crescimento da economia portuguesa, “que está acima da média europeia e que é o maior em 18 anos”, é que “vai criar melhores condições para que as empresas prosperem e resolvam o problema do crédito malparado“, antecipa Caldeira Cabral.
O ministro da Economia falou ainda sobre o impacto que o Brexit terá para Portugal, que, acredita, será positivo. “O Brexit está a fazer com que várias empresas queiram ter um pé na União Europeia, e Portugal oferece condições muito competitivas”. Exemplo disso é o facto de o país estar a “atrair serviços partilhados que estão a deixar o Reino Unido”.
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