Maiores bancos dizem que corrida ao crédito pelas famílias portuguesas vai continuar
Quatro em cinco instituições financeiras inquiridas pelo Banco de Portugal esperam que a procura de crédito para a compra de casa e consumo volte a aumentar neste trimestre.
A concessão de crédito às famílias tem estado a acelerar e tudo indica que tal continue a acontecer. A grande maioria dos bancos antecipa que neste primeiro trimestre do ano, a procura de crédito para a compra de casa e consumo volte a aumentar, indicam os resultados do último inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito realizado pelo Banco de Portugal.
De acordo com esta sondagem trimestral da instituição liderada por Carlos Costa, do total de cinco bancos consultados apenas um não antevê para o primeiro trimestre de 2018 uma subida da procura de crédito por parte das famílias. No caso das empresas, a expectativa da maioria das instituições financeiras é que tudo se mantenha na mesma em termos da procura de crédito. Apenas um banco antevê que possa ocorrer um ligeiro aumento da procura de crédito neste segmento, sendo que outra prevê que tal possa acontecer, mas apenas no crédito a PME.
“A maioria dos bancos não antecipa alterações significativas na procura de empréstimos por parte das empresas, enquanto, no caso dos particulares, quatro instituições participantes antecipam um ligeiro aumento da procura de empréstimos em ambos os segmentos de crédito”, diz o Banco de Portugal.
Esta perspetiva dá seguimento ao observado no último trimestre de 2017. “A maioria dos bancos assinalou que a melhoria da confiança dos consumidores e o nível geral das taxas de juro contribuíram ligeiramente para o aumento da procura no segmento do crédito à habitação, tendo um banco assinalado ainda as perspetivas mais favoráveis do mercado da habitação, incluindo a esperada evolução dos preços da habitação”, enumerou a entidade liderada por Carlos Costa para justificar a maior procura de crédito com esse fim registado no último trimestre de 2017. Já no segmento do crédito ao consumo e outros fins, duas instituições apontaram a também a melhoria da confiança dos consumidores como tendo contribuído ligeiramente para o aumento da procura neste segmento, tendo uma das instituições assinalado também o aumento das necessidades de financiamento para aquisição de bens de consumo duradouros.
Apesar da cada vez maior procura de crédito por parte das famílias, os bancos não anteveem alterar os critérios de concessão de crédito para este segmento, passando-se o mesmo com as empresas. “Apenas um banco prevê critérios ligeiramente menos restritivos na concessão de crédito a PME”, especifica o inquérito.
Critérios sem alterações, PME e particulares destoaram
No balanço do último trimestre de 2017, os bancos sinalizam uma tendência geral de estabilização dos critérios de concessão de crédito, tanto às empresas como às famílias. Mas houve exceções. Houve um banco que sinalizou termos e condições gerais ligeiramente menos restritivas, assim como spreads ligeiramente mais baixos nos empréstimos de risco média, em particular no segmento das PME, em resultado “das pressões exercidas pela concorrência”.
Já no segmento dos particulares, uma instituição utilizou o mesmo argumento para justificar a adoção de “critérios ligeiramente menos restritivos no segmento de crédito à habitação”. Mas também as “perspetivas mais favoráveis do mercado da habitação”. No segmento de crédito ao consumo, também houve um banco a sinalizar a aplicação de critérios ligeiramente menos restritivos em resultado da pressão exercida pela concorrência, e da situação e as perspetivas económicas gerais mais favoráveis.
(Notícia atualizada às 13h15 com mais informação)
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