Amazon vai acelerar fusões e aquisições no retalho nacional

Online está a mudar a forma como consumimos e isso vai acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com destaque para a Sonae e Jerónimo Martins, diz o BPI.

A internet está a mudar a forma como os consumidores fazem as suas compras e players como a Amazon vão acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com impacto no negócio da Sonae (Continente) e Jerónimo Martins (Pingo Doce), as duas maiores cadeias de retalho em Portugal, dizem os analistas do CaixaBank BPI.

Numa nota de research publicada esta segunda-feira, com o título “Amazoning the world”, o banco de investimento salienta a força do canal online sobretudo em produtos mais transacionáveis como os eletrónicos de consumo, os livros e o vestuário, enquanto no segmento da alimentação a penetração online é mais reduzida. Ainda assim, o impacto da internet vai colocar pressão na rentabilidade das lojas físicas, que pensam cada vez mais no digital.

Mas há um desafio. “Pensamos que o online vai exigir aos players que ganhem escala para fazer face a estes desafios”, consideram os analistas José Rito e Bruno Bessa. “Os novos competidores online deverão pressionar as margens enquanto o aumento da consolidação entre os produtores tem levado as retalhistas a estabelecer parcerias. Consolidação (no setor) será o próximo passo”, frisam.

Para o CaixaBank BPI, são diferentes as alternativas em cima da mesa para a Sonae SON 0,65% e Jerónimo Martins. Veem a dona do Continente mais ativa em compras na Península Ibérica. Quanto à Jerónimo Martins, uma maior atividade de fusão deverá envolver a Colômbia — onde detém a marca Ara — ou um outro mercado próximo onde a retalhista já está presente — também detém a Biedronka, na Polónia.

“A Sonae tem uma parceira com a Satya (30% atribuível à Sonae) com o objetivo de encontrar potenciais alvos em África. Esta joint venture já assegurou algumas lojas em Moçambique e foi noticiado o seu interesse em alguns ativos no Egito. Adicionalmente, a empresa poderá olhar também para o mercado espanhol”, analisa o banco. Em relação à Jerónimo Martins, “deverá focar o seu poder de fogo na América Latina e Europa de Leste”, acrescenta.

Sonae é a preferida

Entre as retalhistas preferidas pelo CaixaBank BPI continua a Sonae, porque “está mais bem posicionada em termos de online e poderá tirar benefícios de um tendência mais sustentável no segmento alimentar em Portugal”. Neste cenário, o banco de investimento aumentou o preço alvo da Sonae em 15% para 1,50 euros por ação, mantendo a recomendação “comprar”.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Sonae é a retalhista dos olhos do BPI

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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