Cimpor pode voltar à bolsa quatro meses após ter pedido para sair
Cimenteira pode estar novamente a caminho da bolsa, quatro meses depois de os brasileiros terem pedido a perda de qualidade aberta. InterCement quer colocar operações no mercado para reduzir dívida.
Quatro meses depois de ter pedido para sair de bolsa, a Cimpor pode estar de regresso ao mercado de capitais. É que a brasileira InterCement, dona da cimenteira portuguesa, está a considerar colocar as suas operações europeias e africanas no mercado de capitais para obter fundos que lhe permitam reduzir a dívida.
A InterCement tem 40 fábricas em oito países. E tem planos para listar em bolsa a subsidiária Cimpor e as fábricas em Cabo Verde, Moçambique e África do Sul. A notícia foi avançada pela agência Reuters, que cita duas fontes próximas do assunto.
A Cimpor é detida em 94% pela construtora Camargo Corrêa, que controla a InterCement, holding para os negócios do cimento do grupo brasileiro.
A hipótese de colocar os negócios na bolsa foi discutida com os bancos de investimento, mas não foram ainda contratados assessores financeiros para avançar com a operação. Mas há outras alternativas, como uma troca de ativos ou a venda de uma participação, opções que também foram consideradas pelo acionista maioritário.
Caso a IPO (Initial Public Offering) avance, a operação poderá concretizar-se na segunda metade do ano, adiantou uma das fontes. E o mais provável é que seja realizada num mercado de elevada liquidez, como Londres ou Frankfurt.
“A InterCement não comenta sobre especulação do mercado”, respondeu a empresa à Reuters.
Em novembro passado, a Camargo Corrêa arrecadou 954 milhões de dólares como a colocação em bolsa da unidade argentina Loma nas praças de Buenos Aires e de Nova Iorque, ajudando a reduzir a dívida do grupo. Atualmente, a Loma apresenta-se com uma avaliação de mercado de 2,9 mil milhões de dólares.
A Camargo Corrêa já obteve cerca de 3,5 mil milhões de dólares com a venda de alguns ativos desde que em 2015 chegou a um acordo com as autoridades brasileiras na investigação por corrupção no âmbito do caso Lava Jato.
O dinheiro levantado com a IPO das operações europeias e africanas seria utilizado para reduzir ainda mais a dívida da InterCement e aumentar a disponibilidade de investimento nas fábricas brasileiras, explicaram as mesmas fontes à Reuters.
(Notícia em atualizada às 10h51)
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