Novo Banco responde à CGD. Diz que aprova crédito para a casa em apenas 24 horas
Depois da "decisão rápida" do banco do Estado, o Novo Banco garante resposta em 24 horas úteis nos pedidos de crédito à habitação. Rapidez é o novo campo de batalha depois da "guerra" dos spreads.
A guerra entre os bancos na concessão de crédito à habitação tem um novo episódio. Depois dos spreads, chega a vez de apostar em força na rapidez. Poucas semanas depois de a Caixa Geral de Depósitos ter surpreendido com o lançamento de uma campanha em que garantia uma “solução rápida”, agora é a vez de o Novo Banco responder com a promessa de uma aprovação de crédito da casa em apenas 24 horas.
Não se trata de dar um primeiro passo no processo de contratualização de um empréstimos para a compra de casa. No site do Novo Banco, no lançamento desta campanha de crédito à habitação do banco liderado por António Ramalho, está explícito que este curto espaço de tempo é, segundo a instituição, o necessário para aprovação efetiva do financiamento.
“Em apenas 24h úteis, respondemos ao seu pedido de aprovação de crédito habitação” pode ler-se na simulação realizada no site da instituição. O ECO questionou o banco sobre se as 24 horas significam de um dia para o outro, ou se equivalem a três ou quatro dias úteis (os balcões estão abertos seis horas e meia por dia). Fonte oficial do banco confirmou que a resposta é dada até ao dia seguinte. A única exceção é, por exemplo, quando de trata de uma sexta-feira. Nesse caso, a resposta será dada na segunda-feira seguinte.
Esta é, segundo o banco, uma resposta à crescente pressão que se faz sentir no mercado imobiliário nacional. “Vai ao encontro da urgência a que o atual mercado imobiliário obriga os bancos”, refere a instituição. “Respondemos antes que a casa voe” é o mote do Novo Banco numa altura em que ter ou não o crédito na mão pode significar fazer um bom negócio ou perder o imóvel.
"A resposta rápida ao pedido de crédito é, hoje em dia, um fator decisivo para que o cliente não perca a casa que escolheu. Por isso, respondemos em 24 horas.”
“A resposta rápida ao pedido de crédito é, hoje em dia, um fator decisivo para que o cliente não perca a casa que escolheu. Por isso, respondemos em 24 horas”, remata o Novo Banco que, assim, responde à CGD. O banco estatal entrou recentemente na “guerra” pelo crédito, não pelo spread, mas com a diferenciação pela “decisão rápida”. A CGD tem o spread mínimo mais elevado num universo de dez bancos que concedem crédito à habitação em Portugal: 1,75%, contra os 1,5% do Novo Banco e os 1,15%, o mais baixo, do Bankinter.
Na nova oferta de crédito à habitação “Caixa Casa Fast”, a CGD diz ser possível assegurar a respetiva contratação em até 15 dias úteis, o intervalo de tempo entre a simulação e a tomada de decisão. O Novo Banco está a prometer um prazo ainda mais curto para assegurar a contratação de crédito à habitação.
São duas das maiores instituições financeiras a atacarem o crédito para a casa com o mote da rapidez, mas não as únicas. Quando se iniciou na comercialização de crédito à habitação há um ano, o Banco CTT prometeu “agilidade” no processo até à contratação. Agilidade que é possível através da utilização da app Casa BCTT, a partir da qual é possível acompanhar todas as etapas do processo até à contratação do financiamento para a casa.
A maior agressividade nas campanhas de captação de clientes surge num contexto de forte crescimento da concessão de crédito à habitação e em que os bancos lutam pela conquista da fatia mais “gorda” desse crédito. Nos primeiros 11 meses de 2017, os bancos disponibilizaram 7.441 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Um aumento de 44%, em termos homólogos, que já faz de 2017 um recorde da década.
Rapidez não é, contudo, uma expressão que combine bem quando está em causa um compromisso financeiro que assume valores muito elevados e prolongado no tempo, como acontece com o crédito à habitação. “O que receámos e estamos a ver é, apesar de não estarmos num nível idêntico ao que foi antes da crise, a repetição de algumas das práticas na banca, como a política agressiva na concessão de crédito”, disse recentemente Nuno Rico da Deco Proteste, ao ECO.
(Notícia atualizada com esclarecimento do Novo Banco sobre o que são consideradas 24 horas úteis)
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