Dell pode avançar para liderança “bicéfala”
Concluída a compra da empresa EMC, Gonçalo Ferreira, diretor-geral da Dell Portugal, disse em entrevista ao ECO que o grupo "até pode evoluir para uma estrutura bicéfala" de liderança.
A fusão da multinacional Dell com a norte-americana EMC, um negócio avaliado em 61,6 mil milhões de euros (ou 67 mil milhões de dólares), já está concluída. No mercado português, falta saber quem será o líder da Dell Technologies DVMT 0,00% , o grupo que resultou da fusão entre as duas empresas de tecnologia. Agora, Gonçalo Ferreira, diretor-geral da Dell Portugal, disse ao ECO que o grupo “até pode evoluir para uma estrutura bicéfala” de liderança — isto é, não um, mas dois líderes. “Isso até pode estar em cima da mesa”, acrescentou.
De referir que, esta manhã, a Dell organiza em Lisboa um evento onde estarão presentes Gonçalo Ferreira e, também, a diretora da Dell EMC Portugal, Isabel Reis.
As declarações surgem numa entrevista ao ECO publicada esta quinta-feira, onde o diretor-geral da filial portuguesa aborda temas como a organização do grupo no pós-negócio, o estado do setor das Tecnologias da Informação (TI), a concorrência e até a proposta de Orçamento do Estado apresentada este mês pelo Governo. Gonçalo Ferreira insistiu na ideia de que esta fusão não resultará em despedimentos em massa, pois “não” considera haver redundância de serviços entre a Dell e a EMC no país, apesar da notícia de que cerca de 50 trabalhadores vão ser despedidos na filial irlandesa em Cork — um número, ainda assim, muito abaixo das previsões iniciais.
Em relação ao Orçamento do Estado, o diretor-geral da Dell Portugal mostrou-se “muito crítico” da proposta: “Não compreendo a política fiscal que temos. A nova carga fiscal que foi criada em Portugal seria esmagada por mais 0,5% de crescimento da nossa economia”, defendeu. No entanto, disse compreender que “para algumas pessoas, as diferenças salariais pequeninas podem fazer uma grande diferença”.
Outro dos grandes temas abordados na conversa foi o da dimensão do mercado português em relação a países de dimensões idênticas às de Portugal. Gonçalo Ferreira garantiu que “temos um mercado muito curto”, apesar de termos “todas as condições” para “ser muito maior”: “A Holanda produz numa semana o que nós produzimos em Portugal num trimestre”, reiterou.
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