Juros portugueses de novo abaixo de 2% após acordo na Alemanha
Centeno diz que baixa dos juros nacionais deve-se ao "esforço de todos os portugueses". Taxa da dívida a dez anos está novamente abaixo dos 2%, depois do acordo para a formação de Governo na Alemanha.
Os juros das obrigações da periferia da zona euro estão esta quarta-feira em forte queda, beneficiando do acordo para a formação de Governo na Alemanha. No caso português, a taxa da dívida a dez anos está novamente abaixo dos 2%.
A yield associada às Obrigações do Tesouro a dez anos cede 7,5 pontos base para 1,99%, e vai a caminho da maior queda diária das últimas cinco semanas. Enquanto as taxas na Alemanha subiam, o prémio de risco de Espanha — calculada com base na diferença entre os juros alemães e espanhóis, recuava para 65 pontos, sendo este o diferencial mais curto em oito anos.
De Berlim vêm notícias positivas. A CDU de Angela Merkel e o SPD chegaram a um acordo de coligação esta quarta-feira, desbloqueando um impasse política que durava há meses. Olaf Scholz, presidente da câmara de Hamburgo e do SPD, deverá ser indicado ministro das Finanças, de acordo com a agência de notícias DPA.
Juros portugueses estão novamente abaixo dos 2%
Fonte: Reuters
Os analistas consideram ser uma mudança significativa no perfil do ministro que tutela uma das áreas mais sensíveis na Alemanha e na zona euro e que se segue à tutela mais conservadora de Wolfgang Schäuble. “Não subestimem o impacto que o SPD terá com o cargo influente do ministro das Finanças”, referiu o economista-chefe do Commerzbank, Jörg Kramer. “Isto marca uma grande mudança face à política de Schäuble no que toca à integração europeia e à transferência do risco em direção aos países da periferia”, acrescentou.
Entretanto, com os juros portugueses em mínimos, Mário Centeno, ministro das Finanças português, defendeu esta quarta-feira que a queda dos juros das obrigações portuguesas no último ano não se deve tanto ao programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE), mas antes àquilo que o país tem vindo a fazer em termos internos.
Não subestimem o impacto que o SPD terá com o cargo influente do ministro das Finanças. Isto marca uma grande mudança face à política de Schäuble no que toca à integração europeia e à transferência do risco em direção aos países da periferia.
“Desde abril de 2016, na verdade, o BCE reduziu significativamente as compras de dívida portuguesa. A redução do spread entre Portugal e outros países europeus é o resultado do esforço de todos os portugueses”, explicou Centeno na conferência Banking Summit.
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