Draghi volta a defender as taxas negativas

  • Juliana Nogueira Santos
  • 25 Outubro 2016

As políticas monetárias do Banco Central Europeu, nomeadamente a compra de ativos e a manutenção das taxas negativas, estão outra vez sob escrutínio.

Depois de vários líderes mundiais terem voltado a criticar o seu modelo de ação no Banco Central Europeu, Mario Draghi nega que as políticas monetárias que têm sido adotadas, tanto pelo BCE como pelos outros bancos centrais mundiais, sejam causadoras do aumento do fosso entre os mais pobres e os mais ricos.

Num discurso dado em Berlim esta terça-feira, o presidente do BCE defendeu que tanto a política de compra de ativos como a manutenção das taxas em mínimos históricos têm tido o resultado esperado, ou seja, acelerar a recuperação da zona euro, não tendo qualquer impacto na desigualdade social.

As críticas vêm não só da Alemanha, onde o desagrado em relação às taxas negativas já foi demonstrado enumeras vezes, mas também de Inglaterra e Estados Unidos. Theresa May afirmou na conferência anual do Partido Conservativo que os que têm mais posses enriqueceram e os que têm menos ficaram mais pobres.

"Pessoas com posses ficaram mais ricas. Pessoas sem elas sofreram. Pessoas com crédito habitação viram a sua dívida descer. Pessoas com poupanças ficaram mais pobres.

Theresa May

Do outro lado do Atlântico, foi Donald Trump a apontar as suas armas à Reserva Federal, que diz sujeitar-se à pressão da Casa Branca para manter as taxas baixas, distorcendo os mercados e penalizando quem tem poupanças.

Em relação à desigualdade social, Draghi sublinha que sem as ações levadas a cabo pelo BCE, o desemprego na Zona Euro estaria mais alto e a inflação estaria ainda mais baixa, fatores que iriam penalizar os mais jovens e os que mais devem.

"Acho difícil que se chegue à conclusão que, depois de muito tempo, o resultado das nossas políticas tenha sido – ou será – a redistribuição de riqueza e lucro de uma forma injusta ou desigual.

Mario Draghi

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