Jerónimo de Sousa “surpreendido” por UGT querer avançar com greves
Líder do PCP diz, ainda assim, que o descongelamento das carreiras da função pública "não invalida" que os funcionários públicos, há quase uma década sem aumentos, "precisem de uma resposta".
O secretário-geral do PCP mostrou-se este domingo, no Cadaval, “surpreendido” com a disponibilidade da UGT em participar em greves se não houver aumentos salariais da Função Pública, admitindo, ainda assim, que estes são necessários.
“Fico surpreendido com essa disponibilidade revolucionária em participar numa greve”, afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder dos comunistas admitiu que “os trabalhadores da administração pública estão há oito ou nove anos sem receber qualquer aumento salarial” e “o descongelamento das carreiras não invalida que precisem de uma resposta tal como os trabalhadores do setor privado”.
À margem da inauguração do novo Centro de Trabalho do PCP no Cadaval, questionado se o partido vai apoiar essas greves, Jerónimo de Sousa disse que o que vai determinar essas lutas “não é a posição do PCP, mas sim a luta dos trabalhadores”.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse que há setores preparados para greves no caso de não haver aumentos na Função Pública.
No seu discurso, Jerónimo de Sousa explicou que, depois de afastar o Governo PSD/CDS-PP, “foi possível com o papel do PCP encontrar um rumo diferente à vida política nacional com a reposição de rendimentos e direitos que não estavam previstos no programa do PS” e apelou a um “partido mais forte” para o “futuro que aí vem”.
O secretário-geral do PCP admitiu que quer alterar a legislação laboral para “repor direitos que desapareceram do Código do Trabalho”, dando como exemplos as questões da contratação coletiva, da caducidade dos contratos, das 35 horas de trabalho semanal, dos dias de férias e do aumento dos salários, “um conjunto de propostas que, a serem aprovadas, levaria a uma reposição e a um rumo positivo no quadro das relações laborais”.
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