Presidente da Partex: “Decidimos não investir mais em Portugal”
António Costa Silva diz que a Partex, a petrolífera que a Gulbenkian quer vender, decidiu "não investir mais em Portugal".
Portugal “tem uma fraquíssima inteligência estratégica, pensa pouco e está absorvido pelo curto prazo”. A crítica é lançada por António Costa Silva, presidente da Partex, a petrolífera que a Gulbenkian está a tentar vender. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), o gestor admite que este Governo “tem feito coisas positivas na redução do défice, do controlo das finanças públicas e da diminuição do desemprego”, mas é promovida uma “política energética muito errática”.
“Vivemos num país que tem uma fraquíssima inteligência estratégica, pensa pouco e está absorvido pelo curto prazo“, diz António Costa Silva ao Público. “O país, infelizmente, planeia pouco e vê pouco o futuro, não olha para os seus recursos endógenos. É evidente que tem sido feito um caminho, penso que este Governo tem feito coisas positivas na redução do défice, do controlo das finanças públicas e da diminuição do desemprego, mas precisamos de muito mais”, acrescenta.
Sobre a estratégia para o setor energético, afirma que há “uma política energética muito errática, porque hostiliza o projeto de gás do Algarve [em que a Partex era parceira da Repsol], que acaba por fechar, e hostiliza também as energias renováveis e, portanto, pode render dividendos políticos, mas é muito populista e é por isso que o país avança pouco”.
O Governo decidiu, no final de 2016, rescindir os contratos de prospeção e exploração de petróleo no Algarve, quer com a Portfuel (do empresário Sousa Cintra), quer com o consórcio Repsol-Partex. Esta decisão, diz agora António Costa Silva, afastou definitivamente a Partex do país. “Nós, pura e simplesmente, decidimos não investir mais em Portugal, não vale a pena”, salienta, recordando que o projeto de exploração de petróleo começou por avançar com o anterior Governo, com o ministro Álvaro Santos Silva na pasta da Economia, que “percebeu muito bem que o país precisava de uma onda de reindustrialização”.
Com o atual Governo, aponta, “passámos para o ciclo oposto, é governar em função do que dizem os autarcas e a opinião pública, sem haver uma visão clara da importância que o projeto do Algarve poderia ter”.
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