“Não é fácil bater a geringonça, mas é preciso”, diz Passos Coelho
O líder cessante criticou a atual solução governativa na sua despedida perante o congresso do PSD. A Rio deixou uma mensagem de apoio e disse que o CDS será importante no futuro.
“Temos hoje uma solução que do ponto de vista político não oferece grandes dúvidas: o Governo está centrado no curto prazo e faz a espargata para agradar a todos“, afirmou Pedro Passos Coelho, líder cessante do PSD, que discursou no congresso do partido. O líder social-democrata criticou os membros do atual Executivo por terem sido os mesmos responsáveis por Portugal ter estado com um programa de ajustamento. Mas reconhece que “não é fácil bater a geringonça”, ainda que seja necessário fazê-lo.
“O Governo só está preocupado consigo próprio, não está preocupado com o futuro do país”, afirmou Passos Coelho, assinalando que mesmo o crescimento económico não foi “extraordinário” dado que existem 13 países do Zona Euro que cresceram mais em 2017 do que Portugal — que registou uma subida do PIB de 2,7%, o maior crescimento desde 2000. “Demoraram praticamente dois anos para retomar o balanço que vinha de trás e já estamos a perder gás”, apontou.
Uma das poucas mensagens que o ex-primeiro-ministro deixou a Rui Rio esteve relacionada com o CDS. Relembrando o contributo do partido na coligação do anterior Governo, Passos Coelho afirmou que o CDS “será importante para o futuro”. “Pela primeira vez no país um Governo de coligação cumpriu a legislatura”, assinalou, defendo que as políticas de austeridade foram aplicadas sem agravar as desigualdades. Mas não quis falar mais do passado, remetendo para o livro que está a escrever as memórias dos últimos quase oito anos à frente do PSD.
"[O CDS] será importante para o futuro.”
“Nunca estivemos demasiado agarrados a um corpo ideológico como outros que quiseram meter a sociedade nas suas simplificações tão redutoras”, afirmou Passos Coelho, referindo que essa é uma qualidade do PSD. E deixou algumas linhas daquilo que considera ser o partido: “Não temos medo de não agradar… não fazemos por ser desagradáveis, mas não precisamos a todo o trânsito de agradar para fazer aquilo que achamos que é certo, respondendo pela consciência e esperando que o resultado seja aquele que as pessoas aguardam como justo”.
"A batalha é difícil, mas não impossível.”
Quanto ao futuro, garante que será um “soldado” da união do partido, ainda que mais afastado. Dirigindo-se a Rio, Passos disse que no PSD gostam de “desafios difíceis”. “A batalha é difícil, mas não impossível”, assegurou, mostrando seu apoio mas também a sua “discrição”.
Tanto à entrada como à saída, Pedro Passos Coelho foi recebido com um forte aplauso por parte dos militantes do PSD. Além disso, trocou cumprimentos com Rui Rio e Pedro Santana Lopes, ambos na primeira fila do congresso.
(Notícia atualizada às 23h19)
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