Farfetch leva luxo a outro nível com app para a Chanel
A Chanel uniu-se à portuguesa Farfetch para criar uma aplicação para a marca de luxo que vai permitir aos clientes terem uma experiência personalizada em cada visita às lojas da marca francesa.
A francesa Chanel uniu-se à tecnológica portuguesa Farfetch para lançar uma aplicação que visa criar uma experiência personalizada aos clientes nas lojas da marca de luxo. A ideia passa por reunir na app informação relativas ao consumidor e às suas preferências, de modo a que, quando este visita um espaço físico, os funcionários saibam exatamente o que procura e como quer ser tratado.
A notícia foi adiantada esta segunda-feira pelo Financial Times (conteúdo em inglês, acesso condicionado), que dá conta de uma parceria entre a marca francesa e a plataforma nacional, que passará pela criação de uma aplicação para a Chanel, com o objetivo de “criar uma experiência personalizada nas suas lojas”. “Para esclarecer, a Chanel não vai vender na Farfetch, nem estamos a promover o comércio eletrónico”, disse Bruno Pavlovsky, presidente da marca, ao FT. “Este acordo pretende acelerar e enriquecer a experiência do cliente, antes e depois de visitar uma loja”.
Para esta parceria, a Chanel investiu na Farfetch, fundada em 2008 por José Neves, um montante que descreve como “significativo, mas pequeno”. No entanto, ainda não há dados concretos sobre o negócio. “É um acordo de inovação”, disse o português. “Esperamos melhorar a experiência do cliente que, atualmente, está presa nos anos oitenta ou noventa”.
José Neves mostrou-se confiante na aplicação, explicando que: “um cliente de Xangai, que gasta cerca de dois milhões de dólares anuais nas lojas da marca, vai poder entrar num espaço de Los Angeles e ter uma equipa preparada para o receber, que já vai saber quem ele é, o que quer e os tamanhos que precisa”. Mas, da mesma forma, também poderá optar por não ser perturbado, um recurso que será oferecido pela app.
Com toda a ascensão que o comércio online tem tido nos últimos anos, José Neves explica que, a base deste acordo, não se prende essencialmente com esse ponto. “A moda não pode ser totalmente digitalizada“, disse. “Entre 75% e 80% das vendas retalhistas ainda são realizadas através de lojas físicas, e isso não vai mudar. A loja oferece uma experiência que não pode ser encontrada online: o relacionamento com a equipa, a história, o toque e a sensação dos produtos. O que é preciso mudar é a forma como as lojas interagem com os clientes”. Da parte da marca francesa, Pavlovsky faz questão de sublinhar que “não se trata de mudar a postura da Chanel. Apenas faremos o que o cliente quer. E vamos mover-nos unicamente a esse ritmo. Isto não é o Big Brother. Isto é a Chanel”.
A Chanel nunca revelou dados sobre as suas vendas, mas estima-se que sejam de aproximadamente seis mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) por ano — Pavlovsky descreveu 2017 como o “melhor ano de vida da marca”. Por sua vez, a portuguesa Farfetch foi avaliada em mil milhões de dólares (800 milhões de euros) após uma ronda de investimento em 2015.
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