Depois de subir, Crédito Agrícola corta spread para 1,4%

O banco reviu em baixa o spread mínimo que aplica na concessão de crédito à habitação, deixando de ter o valor mais elevado do mercado.

O arranque do ano está a ser marcado por uma nova onda de revisões em baixa dos spreads do crédito à habitação. A seguir à Caixa Geral de Depósitos (CGD), foi a vez de o Crédito Agrícola também descer a margem mínima que cobra para financiar a compra de casa. Cerca de um mês depois de ter subido o seu spread mínimo para os 1,75%, a instituição financeira liderada por Licínio Pina decidiu reduzir esse valor para 1,4%.

O novo spread mínimo que se aplica na concessão de crédito a clientes do segmento “adultos” surge na atualização do preçário do Crédito Agrícola realizada a 15 de fevereiro. Ou seja, no mesmo dia em que a CGD também fez uma atualização semelhante, mas em que a margem mínima foi fixada nos 1,5%.

Spreads em queda

Fonte: Preçários dos bancos

Ao colocar o spread mínimo nos 1,4%, o Crédito Agrícola deixou de apresentar o valor mais elevado do mercado (1,75%), com essa posição a ser ocupada agora pelo EuroBic. A tabela de spreads do banco angolano prevê uma margem mínima de 1,65%. Seguem-se o Montepio Geral, com um spread de 1,55%, e a CGD, Novo Banco e BPI, todos com uma taxa a partir de 1,5%.

Do lado oposto, surgem o Bankinter que continua a aplicar a margem mínima mais baixa do mercado — 1,15% — seguido pelo BCP e Santander Totta, que têm em vigor spreads a partir dos 1,25%, e do Banco CTT, com uma taxa de 1,3%.

O novo spread mínimo em vigor no Crédito Agrícola insere-se no contexto de “guerra” entre os bancos por oferecer o crédito mais barato e chamarem a si mais clientes para um segmento de financiamento que se encontra em forte expansão. No ano passado, os bancos nacionais concederam mais de oito mil milhões de euros em crédito à habitação, o que corresponde ao montante mais elevado desde 2010. Para além da descida do leque de spreads há bancos que também estão a apostar em campanhas de crédito à habitação em que o lema é a rapidez da sua disponibilização.

Contudo, a revisão em baixa do spread mínimo do Crédito Agrícola acontece pouco mais de um mês depois de a instituição financeira ter procedido a um movimento contrário. Em janeiro, o banco liderado por Licínio Pina tinha elevado essa taxa dos anteriores 1,6%, para 1,75%.

Na altura, o Crédito Agrícola justificou ao Jornal de Negócios (acesso pago) essa subida com a nova legislação para o crédito hipotecário entrou em vigor a 1 de janeiro. Na ocasião, o Crédito Agrícola dizia que essa legislação “obriga a um maior detalhe/especificação dos produtos que permitem bonificar a taxa de juro” e neste contexto “foram retiradas algumas famílias de produtos do sistema de bonificação até que estejam reunidas as condições necessárias para se fazer a sua divulgação”. Condições que parecem agora estar reunidas e que justificam um recuo do spread mínimo ainda mais baixo face ao previsto antes da identificação desse problema.

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