BdP preocupado com “algum entusiasmo com crédito à habitação e ao consumo”
A vice-governadora do BdP afirma que já há "algum entusiasmo" dos bancos na cedência do crédito à habitação e ao consumo. Uma evolução, fruto da recuperação do setor, que preocupa o regulador.
Elisa Ferreira reconhece os progressos no setor bancário. Melhorias que estão a levar os bancos a “reativarem as suas funções tradicionais”, como é o caso da concessão de crédito à habitação e ao consumo, afirma a vice-governador do Banco de Portugal (BdP) em mais uma edição do Via Bolsa, organizado pela Euronext Lisboa. Um novo “entusiasmo” que preocupa o regulador.
“Quando olhamos para o que está a acontecer no setor financeiro, os bancos têm vindo a colmatar as suas mais evidentes vulnerabilidades”, diz Elisa Ferreira, elogiando a melhoria dos rácios de liquidez, desalavancagem e o reforço dos rácios de solvabilidade que resulta “das novas exigências de capital”.
Uma recuperação que faz com que os bancos voltem a querer emprestar, apesar de ainda manterem a cautela, procurando menos risco e um “redirecionamento setorial”. “Há efetivamente algumas preocupações”, refere a vice-governadora, acrescentando que, “o BdP já começou a identificar algum entusiasmo com o crédito à habitação e ao consumo”. Para Elisa Ferreira, “começamos a ver a banca a reativar as suas funções tradicionais”.
"Começamos a ver a banca a reativar as suas funções tradicionais.”
O BdP já se mostrou preocupado com a evolução da concessão de crédito às famílias e decidiu, assim, recomendar aos bancos a imposição de limites a alguns dos critérios usados na avaliação de solvabilidade dos clientes.
Em causa estão três medidas preventivas da iniciativa do regulador a aplicar nos novos contratos de crédito. Em concreto, a criação de limites para o rácio entre o montante do financiamento face ao valor do imóvel que serve de garantia (LTV), o estabelecimento de um teto máximo para o rácio entre os encargos com créditos e o rendimento familiar, bem como uma limitação à maturidade dos empréstimos.
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