Direto Ulrich: Quem vê pontos positivos na OPA “deve guardar as ações”

  • Rita Atalaia
  • 26 Outubro 2016

O presidente do BPI diz que aquilo que o banco podia fazer em relação à OPA do Caixabank já foi feito na sua maioria. Fernando Ulrich diz que “não há mais nada a fazer” em relação a esta operação.

Fernando Ulrich diz que o que o banco podia fazer em relação à oferta pública de aquisição (OPA) do Caixabank já foi feito. “Não há mais nada a fazer” em relação esta operação, diz o presidente do banco. O banco espanhol aumentou a oferta para 1,134 euros por ação, mas ainda há acionistas que consideram o preço baixo. As regras para se definir o preço mudaram assim que a oferta se tornou obrigatória aos olhos do regulador, uma vez que foram eliminados os limites de 20% dos direitos de votos.

“Quem tem de responder a perguntas sobre a OPA [do Caixabank] é o oferente. Neste momento aquilo que havia a fazer por parte da administração do banco está maioritariamente feito“, explicou o presidente do BPI na conferência de imprensa para apresentar os resultados referentes aos primeiros nove meses do ano.

Ulrich refere ainda que “os acionistas que entendam que o banco ser controlado pelo Caixabank tem fatores positivos, que são sublinhados pelo BPI no seu relatório sobre a OPA, devem guardar as suas ações“, diz Fernando Ulrich, quando questionado sobre o preço que está a ser oferecido pelo banco espanhol. O presidente diz que os que têm uma visão mais pessimista podem optar por sair. O responsável defendeu assim a sua posição sobre a oferta do Caixabank.

Quem tem de responder a perguntas sobre a OPA [do Caixabank] é o oferente. Neste momento aquilo que havia a fazer por parte da administração do banco está maioritariamente feito

Fernando Ulrich

Presidente do BPI

E há motivos para os investidores estarem otimistas. O banco fechou este período com um lucro consolidado de 182,9 milhões de euros, um crescimento de 21,2% face a igual período do ano anterior. Os resultados foram impulsionados pelo Banco Fomento de Angola (BFA). Outro tema que também foi discutido na conferência. O BFA vai desaparecer das contas? Não.

“Não vamos passar para uma situação de BPI sem BFA”, o que vai acontecer é que o banco vai reduzir a participação. “Vamos continuar a contar com o contributo do banco para os resultados”, explica. Em relação ao rácio de capital, a desconsolidação do BFA “vai aumentar um pouco o rácio de capital do BPI”. O banco aproveitou para dizer que já pediu para que seja convocada uma assembleia-geral extraordinária para proceder à venda de 2% do capital do BFA à Unitel, a solução encontrada para diminuir a exposição do banco a Angola e cumprir assim as regras europeias.

BPI e Caixabank “de acordo” sobre o Novo Banco

O BPI vai vender uma “fatia” do BFA. E poderá comprar o Novo Banco após a OPA do CaixaBank? “Se há matéria em que nós [BPI] e o CaixaBank estamos completamente de acordo é o que toca com o Novo Banco”. O presidente executivo do BPI desmente que a sua administração e o seu maior acionista não estejam em sintonia em relação à corrida ao banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo.

No entanto, Fernando Ulrich não deu mais detalhes sobre esta questão. “Assinámos um acordo de confidencialidade”, explica. “Seguramente que não foi feito nada que merecesse ser divulgado ao mercado”, acrescenta.

Malparado? “Não é um assunto do BPI”

Sobre o veículo para resolver o malparado que está a ser criado pelo Governo, o presidente do banco diz que “ninguém falou connosco”. “Nunca me passaria pela cabeça que os bancos que estão bem terem de ajudar os que não estão. Já basta o que temos de contribuir para o Fundo de Resolução”, o dono do Novo Banco, diz. “Estou completamente tranquilo. Isto não é um assunto para o BPI”, nota.

“Em relação a todas as instituições que dão opiniões, acho que deviam olhar para os outros países que têm sob a sua alçada”, explica, dizendo que as análises deviam ser mais abrangente. Fernando Ulrich diz que há países em situações piores do que a de Portugal.

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