Solução para o malparado? Há obstáculos, diz o BPI
O Governo está a preparar uma solução para resolver o malparado da banca. O BPI diz que haverá "obstáculos" ao plano que visa aliviar o setor financeiro.
Governo quer avançar com um plano para solucionar o problema do malparado da banca portuguesa. Esse plano poderá passar pela venda desses ativos tóxicos ao valor a que estão no balanço, podendo os investidores serem compensados pelo setor, ora em dinheiro, ora em capital dos respetivos bancos. O BPI diz que haverá “obstáculos” à solução. Identifica três.
A venda dos ativos não rentáveis tem como primeiro obstáculo, segundo o banco de investimento, “a capacidade de atrair investidores privados para esses ativos“, especialmente tendo em conta que o preço a pagar seria aquele a que estes estão no balanço dos bancos para evitar a necessidade de reforço de capital da banca. O crédito malparado da banca está avaliado em cerca de 18 mil milhões de euros, dos quais cerca de 15 mil milhões das empresas.
Outro obstáculo é a leitura que o regulador poderá fazer desta solução. A dúvida é “se o regulador permitiria que a venda destes ativos tendo em conta que os bancos continuariam a estar expostos a riscos em caso de desvalorização adicional dos mesmos” caso o modelo exija o pagamento em dinheiro da diferença em oposição à compensação dos investidores em capital.
O último obstáculo é: se for permitido aos bancos retirar estes ativos do balanço, “o risco contabilístico e de tratamento dado aos ativos ponderados pelo risco que pode resultar das garantias dadas aos investidores, pode acabar por penalizar o capital” dos bancos.
O BPI nota ainda que esta solução “iria trazer elevada incerteza para os atuais acionistas dos bancos tendo em conta a possível diluição resultante da possível ativação das garantias”. Ou seja, os investidores poderão vir a receber ações dos bancos o que, a acontecer, levará à diluição das posições dos atuais acionistas.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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