“O PSD procura palco que não tem à custa do diálogo” com PS, acusa Bloco de Esquerda
Pedro Filipe Soares, líder da bancada do Bloco de Esquerda, diz que o Governo não deve querer dialogar com o PSD sobre matérias que considera serem "políticas velhas de Rui Rio".
Pedro Filipe Soares considera que há uma disponibilidade para o diálogo entre PSD e o PS. Mas que tudo dependerá do conteúdo dessa conversa. O líder da bancada do Bloco de Esquerda relembra que Rui Rio identificou prioridades semelhantes às de Passos Coelho no congresso do PSD. Ou seja, “velhas políticas” sobre as quais o Governo não deverá ter vontade de dialogar. Sobre a geringonça, o deputado bloquista diz que as negociações com o Governo foram “um desafio”, nomeadamente quando esteve em cima da mesa o salário mínimo nacional.
“Rui Rio identificou três tópicos [Segurança Social, Saúde e escola pública] na sua intervenção final do congresso do PSD e disse que nestes três temas as suas prioridades são exatamente as mesmas que Passos Coelho já tinha”, afirma Pedro Filipe Soares numa entrevista ao Público (acesso condicionado). “Creio que o Governo não tem vontade em dialogar nessas matérias, mas, como é óbvio, o primeiro-ministro dirá se tem essa vontade ou não”, refere o o líder da bancada do Bloco de Esquerda.
"O PSD está à procura de um palco que não tem à custa desta chantagem de um diálogo sobre essas políticas velhas.”
Para o deputado bloquista, “o PSD está à procura de um palco que não tem à custa desta chantagem de um diálogo sobre essas políticas velhas”. Questionado sobre se o PS está a facilitar, apenas responde: “É a escolha do PS”.
Sobre a geringonça, Pedro Filipe Soares revela que houve várias dificuldades nas negociações. “Foi um desafio cada dia da existência deste Governo e com esta negociação constante sobre as diversas matérias”, disse. Sobretudo quando PS, Bloco e PCP tiveram de chegar a um acordo sobre o salário mínimo nacional.
“Um exemplo concreto em que nos disseram que o Bloco foi demasiado duro com o Governo foi há cerca de um ano, quando conseguimos no Parlamento retirar de cima da mesa a alteração da Taxa Social Única na contribuição patronal que o Governo tinha negociado na concertação social a troco do aumento do salário mínimo”, refere o presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda. “Nessa altura caiu ‘o Carmo e a Trindade’. Foi um momento de forte abalo na maioria parlamentar.”
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