Trump continua a assustar mercados. Wall Street volta às quedas
Enquanto os investidores temem a guerra comercial por Trump, o presidente norte-americano continuar a incendiar as relações com os principais parceiros comerciais.
Os receios em torno de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e os grandes parceiros continuam a fazer-se sentir em Wall Street. Donald Trump anunciou na semana passada que vai avançar com taxas agravadas sobre o aço e o alumínio importados e as bolsas norte-americanas, que até conseguiram fechar sexta-feira a recuperar ligeiramente, volta a cair no arranque desta semana. Enquanto isso, o presidente norte-americano vai incendiando as relações com os parceiros: “os nossos amigos e inimigos aproveitaram-se dos EUA por muitos anos”.
O índice de referência S&P 500 abriu a cair 0,33%, para os 2.681,92 pontos. Já o industrial Dow Jones, que tem sido o mais penalizado pela decisão de Trump, está a recuar 0,36%, para os 24.456,82 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq perde 0,34%, para os 7.234,35 pontos.
Fora dos principais índices acionistas, as negociações estabilizaram, depois de também terem registado fortes quedas na semana passada. O West Texas Intermediate (WTI), cotado em Nova Iorque, segue a valorizar 0,1% e negoceia na casa dos 61 dólares por barril. A moeda norte-americana também segue estável, com o euro a negociar nos 1,23 dólares, praticamente o mesmo valor que na semana passada.
A preocupar os investidores está o impacto que a guerra comercial lançada pelo presidente norte-americano poderá ter sobre as empresas. Donald Trump justifica a decisão com o objetivo de apoiar os produtores norte-americanos, mas, na verdade, a imposição de taxas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre o alumínio importado poderá ter efeitos nefastos para as empresas do país. Na prática, produtos tão simples como latas de refrigerantes ficarão mais caros.
Donald Trump, por seu lado, mantém-se firme. Na sua conta de Twitter, esta manhã, o presidente norte-americano escreveu que o país está a “perder em quase todos os acordos comerciais” e que os “amigos e inimigos estão a aproveitar-se há muitos anos” dos Estados Unidos. “É tempo de uma mudança“, determina, acrescentando que “as tarifas sobre o alumínio e o aço só recuam se for assinado um novo e justo acordo NAFTA” (o tratado norte-americano de livre comércio, que envolve México, Canadá e Estados Unidos).
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Numa altura em que os mercados ainda recuperam das quedas expressivas que registaram pelos receios em torno de uma subida de juros por parte da Reserva Federal norte-americana, este poderá ser um novo choque para as bolsas. “A história não foi generosa para os investidores durante períodos de protecionismo e tweets recentes sugerem que o presidente Trump está mais inclinado, em vez de estar a recuar, a avançar com as ameaças de lançar uma guerra comercial”, comenta Rebecca O’Keefe, da consultora Interactive Investor, citada pelo MarketWatch.
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