Venda das revistas atira Impresa para prejuízo de 21,7 milhões

A Impresa apresentou um prejuízo de 21,7 milhões de euros em 2017, um valor resultante de imparidades com o negócio da venda das revistas. Sem esta operação, lucro teria caído 44%.

A Impresa IPR 2,05% registou um prejuízo de 21,65 milhões de euros no ano de 2017, um resultado negativo que resulta do reconhecimento de imparidades na sequência do negócio da venda das esmagadora maioria das revistas do grupo ao empresário Luís Delgado. Francisco Pedro Balsemão reconhece o resultado negativo, mas assinala melhorias operacionais. E reitera o compromisso de tornar a Impresa mais eficiente.

“No mês de janeiro de 2018, a Impresa alienou o seu portefólio de revistas por 10,2 milhões de euros, operação que se enquadra no âmbito do Plano Estratégico para o triénio 2017-2019, e tem como objetivo o reposicionamento da atividade da Impresa, com um maior enfoque nas componentes do audiovisual e do digital. Esta operação obrigou a um registo de provisão para perda de imparidade no valor de 21,9 milhões de euros, nas contas de 2017, refletindo a diferença entre o valor de alienação e o valor do goodwill registado em balanço desses ativos”, explica a Impresa.

No relatório enviado à CMVM, o grupo de media explica que as imparidades de ativos não correntes, resultantes desta operação, prenderam-se em 23,2 milhões de euros, atirando a empresa para prejuízos. No ano anterior, a dona da SIC tinha registado lucros de 2,75 milhões de euros, sendo que o resultado agora apresentado surpreendeu os analistas. Enquanto o CaixaBI antecipava um aumento dos resultados líquidos para 4,8 milhões, o BPI apontava para um valor ainda mais alto: 6,8 milhões.

"Esta operação [venda do negócio das revistas à Trust in News] obrigou a um registo de provisão para perda de imparidade no valor de 21,9 milhões de euros, nas contas de 2017, refletindo a diferença entre o valor de alienação e o valor do goodwill registado em balanço desses ativos”

Francisco Pedro Balsemão

Presidente executivo da Impresa

“2017 foi um ano fundamental porque iniciámos o cumprimento do nosso Plano Estratégico, com o objetivo de recentrar o nosso negócio, focando-o no audiovisual e no digital. Para isso, como foi público, vendemos a nossa área de revistas, um processo de racionalização operacional que teve como consequência elevados custos de reestruturação e o registo de imparidades. Estes valores, não recorrentes, tiveram um impacto negativo sobre o resultado líquido”, nota Francisco Pedro Balsemão.

Sem essas imparidades, a Impresa teria registado um lucro de 1,5 milhões de euros, isto é, uma queda de 44% face ao ano de 2016. Ainda assim, o presidente executivo da empresa salienta que “2017 revelou indicadores positivos na prossecução dos objetivos do grupo”. “As receitas publicitárias cresceram em 2,6%, o EBITDA [excluindo os efeitos extraordinários] subiu 5,6% para 19,2 milhões de euros e a dívida foi reduzida para o valor mais baixo dos últimos dez anos, indicadores que nos permitem perspetivar o futuro com confiança.”

Enquanto as receitas só de publicidade subiram, as totais caíram 2% para 201,8 milhões de euros, com um recuo de 1,6% nas receitas com o negócio da televisão, o core da companhia. Já o EBITDA caiu para 13,8 milhões de euros, isto num ano em que a Impresa conseguiu cortar nas despesas em 1,3%, reduzindo-as para 188 milhões de euros.

Em 2017, a dívida remunerada líquida da Impresa foi reduzida em 2,6% e cifrou-se em 178,4 milhões de euros, o valor mais baixo da década. O compromisso de Francisco Pedro Balsemão é continuar a “melhorar os resultados operacionais, através de uma maior eficiência operacional e do crescimento das receitas”.

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