Cristas: “Vamos levar a votos o Programa de Estabilidade”
A líder do CDS discursou pela primeira vez no 27.º congresso do partido. Assunção Cristas anunciou que o partido vai levar a votos o Programa de Estabilidade 2018-2022.
Assunção Cristas anunciou este sábado que o CDS vai levar a votos o Programa de Estabilidade 2018-2022 que o Governo deverá apresentar em abril no Parlamento. Os centristas repetem assim a votação dos anos passados, obrigando o PCP e o BE a votar ao lado do PS para aprovar esses documentos que se inserem no Semestre Europeu da Comissão Europeia.
“Vamos levar a votos o Programa de Estabilidade para ver se esquerdas estão bem unidas“, disse no discurso que está a fazer no congresso do CDS, em declarações transmitidas pela RTP3. Assunção Cristas disse aos militantes que tem sido “a oposição firme e acutilante” que prometeu. Na Assembleia da República, os centristas vão voltar a apresentar um projeto de resolução para levar a votos o documento do Executivo de António Costa que assume metas orçamentais perante Bruxelas.
O Governo, quando apresenta o documento no Parlamento, não tem obrigatoriamente de o submeter a votação. Desta forma, o CDS quer colar o PCP, os Verdes e o BE — sem os quais o PS não consegue fazer aprovar o Programa de Estabilidade — às exigências europeias, algo que têm criticado. O documento deverá ser apresentado em abril uma vez que a Comissão Europeia o tem de receber nesse mês no âmbito do Semestre Europeu.
Apesar de ter saído da categoria de desequilíbrios macroeconómicos excessivos, Portugal terá de continuar as reformas. A exigência foi transmitida por Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia para o euro, que vai enviar uma carta ao Ministério das Finanças para reforçar a necessidade de incluir metas ambiciosas no Programa de Estabilidade e no Programa Nacional de Reformas. Portugal será o único a receber essa carta, ainda que França e Bulgária também tenham saído da mesma categoria.
“O CDS é a única alternativa”
“Ninguém nos para”. Foi esta a última frase de um longo discurso de cerca de 35 minutos da líder do CDS, o primeiro no 27.º congresso do partido, onde Assunção Cristas declarou que “o CDS é a única alternativa” contra o “socialismo que governou anos demais”.
Fazendo de António Costa o seu principal opositor, a centrista deu vários exemplos da sua oposição nos últimos dois anos, referindo que o partido foi “a voz da indignação de muitos portugueses” na altura dos incêndios, “o maior falhanço do Estado que a minha [de Cristas] geração tem memória”. Mas referiu também o caso do financiamento dos partidos: “Ficamos sozinhos, mas com os portugueses do nosso lado“, disse.
O início do discurso serviu para prestar contas aos militantes sobre o trabalho que fez nos últimos dois anos desde que foi eleita líder do CDS. Cristas falou das várias iniciativas parlamentares, disse que joga por antecipação e que esteve “um passo à frente” na apresentação de “propostas concretas” para os problemas do país. “Fizemos e fazemos sempre política positiva, uma oposição construtiva“, argumentou.
"Fizemos e fazemos sempre política positiva, uma oposição construtiva.”
No centro desta estratégia está o estudo das matérias, um fator vincado por Cristas, que anunciou que Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS, irá coordenar o programa eleitoral do partido. No grupo “Portugal com Futuro” estarão militantes, mas também independentes, todos com menos de 45 anos, um facto salientado pela líder. A equipa conta com os independentes Pedro Mexia, assessor de Marcelo Rebelo de Sousa para a cultura, e Nádia Piazza, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrogão, e ainda o ex-deputado Francisco Mendes da Silva e Mariana França Gouveia, ambos da comissão política. A completar o grupo estará Jorge Teixeira, o mais novo com 24 anos, Graça Canto Moniz e João Moreira Pinto — ambos colaboram no gabinete de estudos do CDS.
“Temos de estar um passo à frente na preparação das legislativas”, afirmou Assunção Cristas, pedindo o empenho dos militantes no contacto com os portugueses de forma a mostrar um CDS aberto à sociedade. Assumindo-se “pragmática” e uma “pessoa de ação”, sem esquecer a matriz ideológica da democracia-cristã, Cristas disse que quer “chegar a todos”.
(Notícia atualizada às 14h29 com mais declarações de Assunção Cristas)
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