Bruxelas vai penalizar rácios de bancos que não limpem malparado
O malparado continua a pressionar os resultados dos bancos, levando a uma deterioração dos rácios. É por isso que Bruxelas quer acelerar a limpeza, admitindo vir a penalizar quem não o fizer.
O crédito malparado continua a ser um problema para a banca europeia. Estes créditos em incumprimento têm pressionado os resultados das instituições financeiras, levando a uma deterioração dos rácios de capital. É por isso que a Comissão Europeia quer que acelerem a limpeza destes ativos tóxicos dos seus balanços. Se não o fizerem, Bruxelas admite mesmo vir a penalizar os rácios.
As autoridades europeias propuseram esta quarta-feira novas medidas para forçarem os bancos a colocarem de parte dinheiro para novos empréstimos que entrem em incumprimento e para facilitar a diminuição do malparado existente. Segundo as propostas, as instituições terão dois anos para cobrirem totalmente as perdas potenciais de novos empréstimos que não estejam garantidos por um colateral. Para empréstimos com garantia, como por exemplo os da habitação, os bancos terão oito anos.
"No caso de um banco não alcançar o nível mínimo aplicável, serão aplicadas deduções aos rácios.”
No caso destes empréstimos com garantia, a proposta de Bruxelas é que a cobertura destas perdas seja gradual ao longo dos anos. No primeiro ano, a cobertura mínima deverá ser de 5%, passando depois a 27,4% no quarto ano e para 75% no sétimo ano. No oitavo ano terão de ter todos os créditos em incumprimento totalmente provisionados.
Se um banco não cumprir estes requisitos, será penalizado. “No caso de um banco não alcançar o nível mínimo exigido [de cobertas destes créditos de cobrança duvidosa], serão aplicadas deduções aos rácios” de capital, de acordo com o documento da Comissão Europeia, citado pela Reuters.
Acelerar a limpeza do malparado
Além das penalizações, Bruxelas também prevê medidas para facilitar a redução do stock existente de créditos em incumprimento. Apesar de estar a diminuir, o malparado ainda totaliza 910 mil milhões de euros nos bancos da União Europeia, de acordo com dados da Comissão Europeia.
As autoridades europeias consideram ainda propor o desenvolvimento do mercado secundário para o malparado ao criar-se um mercado único europeu numa tentativa de aumentar o número de compradores destes ativos.
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