Alemanha disposta a pagar mais à UE embora dentro de “certos limites”
O ministro das finanças alemão reconhece que, com a saída do Reino Unido, a Alemanha terá de desembolsar mais dinheiro para o orçamento da UE, mas dentro de certos limites e condições.
O ministro das Finanças alemão reiterou este sábado que a Alemanha está disposta a aumentar a dotação financeira para o orçamento da União Europeia (UE) dentro de certos limites e na condição de o dinheiro ser utilizado de forma eficaz.
Numa entrevista publicada este sábado no diário Suddeutsche Zeitung, o social-democrata Olaf Scholz, indicou que a nova coligação governamental alemã deu um “passo importante” ao admitir que, com a saída do Reino Unido da UE (“Brexit”), terá de desembolsar mais dinheiro.
“Até agora, muitas das discussões sobre a UE esbarravam com a declaração de que a Alemanha não queria pagar, mas, depois, acabava por pagar. Esse comportamento contraditório trouxe o ceticismo de muitos cidadãos em relação ao projeto europeu. Por isso, é importante esclarecer as coisas”, sublinhou Scholz.
Porém, o governante sublinhou que a Alemanha não está disposta a acudir a todas as emergências ou problemas que advirão com a saída do Reino Unido, defendendo que os outros Estados membros também terão de dar a sua contribuição.
“Não queremos nem podemos pagar por todos”, referiu Scholz, sublinhando que, nesse aspeto, não se diferenciará muito do seu antecessor, o conservador Wolfgang Schauble, conhecido por defender a austeridade na Europa.
“Um ministro das Finanças alemão é, antes de mais, o ministro da Defesa alemão”, frisou.
Scholz não adiantou quanto será a contribuição adicional da Alemanha, optando por lembrar que o importante é que o dinheiro “traga benefícios claros”.
“Há algumas áreas em que a Europa terá de ter maior capacidade de ação, como nas políticas externa, segurança e defesa das fronteiras, bem como em garantir a segurança bancária, a moeda comum e os mercados financeiros”, avisou.
Scholz adiantou, por outro lado, que a Alemanha continuará a insistir na criação, na Europa, de um imposto às transações europeias, cuja receita deverá destinar-se ao orçamento dos “28”.
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