CEO da Gant: “Não podíamos continuar a ser o banco da Ricon”
Patrick Nilsson critica o dono da Ricon, dizendo que nunca cumpriu os planos de pagamentos. E que acumulou uma dívida de mais de quatro milhões de euros.
“Não podíamos continuar a ser o banco da Ricon”. Este foi um dos principais argumentos que, segundo as palavras do próprio CEO da Gant, levou a empresa sueca a “deixar cair” a Ricon, que representava a marca em Portugal. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), Patrik Nilsson, diz ainda que o dono da Ricon nunca cumpriu com os planos de pagamento e que este acumulou uma dívida de mais de quatro milhões de euros à Gant.
De acordo com o CEO da Gant, a decisão de “deixar cair” a empresa portuguesa que entretanto entrou em falência, surgiu depois de uma confissão do dono da Ricon. “Eu vou à bancarrota, a menos que assumam todos os empréstimos ou concordem com a entrada de outro investidor”, terá sido a frase chave de Pedro Silva que acabou por espoletar a decisão da empresa sueca.
Patrick Nilsson lamenta ainda as perdas que a decisão acabou por ter sobre os trabalhadores, em termos de reputação e nas vendas da marca em Portugal, mas diz que não havia outra saída. Lembra que a situação se degradou gradualmente ao longo dos últimos três anos. “Com a Ricon tornou-se cada vez mais complicado colocarmos as encomendas porque não eram capazes de obter os melhores tecidos e entregar os produtos dentro do prazo devido aos problemas de tesouraria”, explica.
Perante estas e outras dificuldades que a Ricon enfrentava, Patrick Nilsson diz que durante três anos a Gant teve de fazer vários planos de pagamento com o dono da empresa portuguesa, que acabaram por não ser cumpridos, sendo que no final do ano já existiria uma dívida acumulada de mais de quatro milhões de euros. ” Dissemos que não podíamos continuar a ser o seu banco. Percebemos que eles estavam sob pressão financeira e tinham esta grande dívida para connosco. Não tínhamos alternativa“, justifica então a decisão de “deixar cair” a empresa portuguesa.
Em resultado dessas dificuldades, Patrick Nilsson diz que a atividade da sua empresa em Portugal acabou por ser penalizada, com quebras nas vendas na ordem dos 18%, e em contraciclo com o que aconteceu no resto dos mercados. “Em 2017 as nossas vendas aumentaram 12% globalmente“, naquele que diz ter sido o melhor ano de sempre da marca de vestuário sueca.
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