“Crescimento do século” paga maior taxa de sempre nos certificados

Investiu em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) há quatro anos? Pois bem, prepare-se para receber um super prémio como se de um ovo da Páscoa se tratasse. O maior crescimento económico deste século vai dar um bónus de 2,14% quando receber já no mês que vem os juros relativos à subscrição destes títulos em 2014. E isto somado à taxa de 5% prevista no quarto ano de aplicação, elevando a rentabilidade dos certificados para os 7,14%.

Dificilmente estes extintos certificados vão dar mais a partir de agora, uma vez que a economia deverá começar a apresentar sinais de abrandamento já este ano. O Banco de Portugal estima que o PIB cresça 2,3% este ano, abaixo do registado no ano passado. Para 2019 vê a riqueza do país a crescer 1,9%.

Ainda assim, no próximo mês, confirmou o IGCP, pode contar com um prémio de remuneração dos CTPM de 2,14%. Este prémio é calculado com base na riqueza produzida em Portugal nos quatro trimestres anteriores. A economia portuguesa expandiu-se a um ritmo médio de 2,675% nos quatro trimestres de 2017. Isto dá lugar a um bónus de 2,14%, uma vez que o prémio corresponde a 80% dessa taxa de crescimento.

Somando o prémio à taxa de 5% que os CTPM oferecem no quarto ano de aplicação, prepare-se para receber um juro final de 7,14% agora em abril, o maior de sempre até agora. Em janeiro, fevereiro e março, o IGCP pagou uma taxa ligeiramente inferior, de 7,1%.

Por causa destes bónus robustos, a agência que gere a dívida pública está a contar com um aumento dos encargos com dívida a retalho ao longo deste ano. O IGCP prevê que o custo médio dos títulos que estão colocados junto das famílias e pequenos investidores suba dos 2,8% para os 3%.

As elevadas rentabilidades destes CTPM contrastam com as taxas menos atrativas dos atuais produtos de poupança e investimento disponibilizados pelo Estado ao setor do retalho. Aquando da extinção dos CTPM, em outubro passado, o Tesouro criou um novo produto de poupança — os Certificados do Tesouro Poupança Crescente –, com o qual se compromete com remunerações médias de 1,35% em sete anos, embora comece a pagar um prémio extra em função do PIB logo a partir do segundo ano.