Obrigações do Sporting afundam 5% após adiamento de reembolso
Proposta da SAD para adiar reembolso de 30 milhões de euros não convence os obrigacionistas. Muitos venderam os seus títulos hoje sem esperar pelos resultados da assembleia de credores de 4 de maio.
Os credores do Sporting estão pouco confortáveis em ficar com dívida da SAD leonina. Um reflexo dessa desconfiança em relação àquilo que se está a passar em Alvalade manifesta-se na evolução do preço das obrigações sportinguistas, que afundaram 5% na sessão desta quinta-feira, após a sociedade anónima ter convocado os seus obrigacionistas para adiar o reembolso da dívida por seis meses.
De acordo com os dados da Euronext Lisboa, cada título do Sporting fechou a negociar nos 94,3% face ao valor do par de 100%. Traduzindo em euros, isto quer dizer que obrigações no valor de 100 euros estão a ser trocadas por 94,3 euros. Ainda na terça-feira, data da última negociação, cada título de dívida valia 99,25 euros. De lá para cá houve uma desvalorização de 4,98%. O que mudou em dois dias?
Em cima da mesa está uma proposta que a SAD vai levar à assembleia geral de obrigacionistas do dia 4 de maio para adiar por um semestre o reembolso de 30 milhões do empréstimo contraído há três anos. Os leões asseguram o pagamento semestral dos juros decorrente do prolongamento do prazo de reembolso de 25 de maio para 26 de novembro, mas essa garantia não foi suficiente para manter a confiança dos credores que esta quinta-feira movimentaram quase um milhão de euros destes títulos de dívida.
Obrigações afundam
Fonte: Euronext Lisboa
A SAD explica que não conseguiu avançar para um novo empréstimo — cuja oferta já estava a ser analisada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) — por causa do clima de instabilidade no clube. E diz que por isso não tem dinheiro para pagar agora aos obrigacionistas.
Estes títulos foram subscritos em maio de 2015 e vencem no próximo mês. Desde a sua emissão pagaram juros todos os semestres. Apresentam uma taxa de juro bruta de 6,25% por ano — oferecendo, em termos líquidos de impostos, uma rentabilidade a rondar os 4,5% anualmente.
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