“Banca fraca e dívida elevada” mantêm Portugal no lixo, diz a Moody’s
O setor bancário "fraco" e a dívida pública ainda elevada são dois constrangimentos à subida do rating de Portugal. Quem o diz é a Moody's, depois de ter mantido a notação da República em "lixo".
A Moody’s disse que o rating atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis. Agora, a agência de notação financeira vem dizer que a banca nacional ainda “fraca” e a dívida ainda elevada do país continuam a limitar a subida do rating atribuído à República. Isto depois de a Moody’s ter mantido, na sexta-feira passada, a dívida soberana portuguesa ainda no “lixo”.
“Os constrangimentos do crédito de Portugal estão relacionados com a dívida pública muito elevada com o setor bancário fraco“, afirmou a Moody’s num comunicado. A agência norte-americana continua a ser a única entre as quatro maiores a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, quando já a Standard & Poor’s, Fitch e DBRS colocam Portugal no patamar de investimento.
"Os constrangimentos do crédito de Portugal estão relacionados com a dívida pública muito elevada com o setor bancário fraco.”
Apesar de reconhecer que houve progressos na redução da dívida pública para os 125,7% do PIB no ano passado, “a dívida vai continuar perto dos 120% do PIB até 2021, uma das mais elevadas entre os países avaliados” pela agência de notação, refere a Moody’s.
Na banca também ainda há muito trabalho pela frente, apesar de todos os esforços já feitos para reduzir o crédito malparado e diminuir o peso que este tem no balanço das instituições financeiras. “O setor bancário continua a exibir níveis de rentabilidade e rácios de capital comparativamente baixos e um nível ainda elevado de NPL [malparado], de tal forma que a banca continua a ser um risco para o rating de Portugal”, refere a agência de notação.
"O setor continua a exibir níveis de rentabilidade e rácios de capital comparativamente baixos e um nível ainda elevado de NPL [malparado], de tal forma que a banca continua a ser um risco para o rating de Portugal.”
A agência de notação já tinha afirmado que o rating atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis, e se a redução da dívida for constante. A Moody’s tinha agendado para sexta-feira passada uma revisão da notação atribuída a Portugal, mas optou por não se pronunciar, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em Ba1, uma notação que é considerada “lixo”.
Questionada pela agência Lusa sobre o que motivou a manutenção, a Moody’s remeteu para a avaliação que tinha feito à dívida pública portuguesa em setembro passado e que levou a uma melhoria da perspetiva para positiva, indicando que a notação poderá ser melhorada num horizonte até 18 meses.
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