Ministro da Agricultura do Brasil é acusado por corrupção

  • Lusa
  • 2 Maio 2018

Segundo os procuradores, Blairo Maggi participou esquema de compra e venda de postos de trabalho no Tribunal do Mato Grosso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil acusou esta quarta-feira o ministro da Agricultura do país, Blairo Maggi, dos crimes de corrupção e de branqueamento de capitais.

A acusação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e diz respeito à investigação de um caso ocorrido em 2009, quando o atual ministro era governador do Estado brasileiro do Mato Grosso. Segundo os procuradores, Blairo Maggi participou esquema de compra e venda de postos de trabalho no Tribunal do Mato Grosso.

Um dos beneficiados do esquema ilícito terá sido Sérgio Ricardo de Almeida, que atualmente está afastado do cargo de conselheiro do tribunal do Mato Grosso por decisão do juiz do Luiz Fux, do STF.

“Na denúncia, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, descreve a atuação da organização criminosa instalada no alto escalão dos poderes executivo e legislativo de Mato Grosso e que é objeto de investigações iniciadas em 2014, na ‘Operação Ararath'”, informou a PGR em comunicado.

Entre as irregularidades identificadas está a negociação de vagas no TCU, um tribunal independente encarregado de fiscalizar as contas dos órgãos públicos do Brasil.

No caso específico, a PGR brasileira destacou que foram reunidas provas de que um grupo ao qual pertencia Blairo Maggi fez pagamentos ao então conselheiro Alencar Soares Filho para que ele se aposentasse. A medida teria sido concretizada em 2012 e permitiu a indicação do ex-deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida para ocupar um cargo no Tribunal de Contas. “Em troca da aposentadoria, o ex-conselheiro do TCU Alencar Soares teria aceitado um suborno de cerca de 12 milhões de reais (2,8 milhões de euros)”, segundo a PGR brasileira.

A PGR também informou que as investigações realizadas no cruzamento de vários inquéritos, por meio de medidas cautelares e de depoimentos, inclusive decorrentes de colaboração premiada, “não deixam dúvidas de que todo o dinheiro usado para o pagamento das vantagens indevidas saiu dos cofres públicos”. Os valores pagos em subornos teriam sido desviados da Assembleia Legislativa e do Governo do Estado de Mato Grosso por meio de estratégias como contratações simuladas de serviços que jamais foram prestados.

Para Raquel Dodge, o ministro da Agricultura brasileiro praticou por duas vezes o crime de corrupção ativa. “Primeiro na compra da vaga de Alencar Soares e, depois, em negociação parecida, mas com a intenção de fazer com que o conselheiro permanecesse no cargo”, conclui o comunicado sobre a denúncia.

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