Catarina Martins responde a Costa sobre a Função Pública: “Não vale a pena impormos a nós próprios escolhas absurdas”
Catarina Martins defende que é possível contratar mais funcionários públicos, sem abdicar dos aumentos salariais. Em resposta a António Costa, diz que não é preciso impor "escolhas absurdas".
Contratar mais funcionários públicos ou aumentar os salários? António Costa defendeu, este domingo, que é mais importante conseguir o primeiro do que o segundo. Em resposta, Catarina Martins sublinha que o país tem capacidade para colmatar ambas as necessidades e acrescenta: “Não vale a pena impormos a nós próprios escolhas absurdas”.
Em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3, a líder do Bloco de Esquerda esclarece que o que está em cima da mesa é a “recuperação” dos salários da Função Pública e a “contratação de mais gente para o serviço público, porque falta pessoal nas escolas e nos hospitais”. Catarina Martins salienta que essas são necessidades a que o país deve responder, até porque tem capacidade para o fazer. “Podemos e devemos responder”, enfatiza a deputada.
É nesse contexto que Martins deixa um recado ao Governo: “Não vale a pena impormos a nós próprios escolhas absurdas”. O primeiro-ministro defendeu, este domingo, em entrevista ao Diário de Notícias, que é preferível contratar mais funcionários públicos do que aumentar salários, posição que contraria as pretensões do PCP, BE e PEV.
“Vamos ter de conseguir um equilíbrio entre aquilo que é a recuperação de rendimentos, que vai ter de prosseguir para os funcionários como para todos os portugueses, e preencher muitas carências que há na administração”, afirmou António Costa.
Esta segunda-feira, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o ministro Adjunto reforçou essa necessidade de “fazer escolhas”. “Acho que há uma coisa muito importante que os portugueses percebem: é preciso rejuvenescer a Função Pública, é preciso fazer crescer os seus recursos”, notou.
Entretanto, o PCP também já criticou esta posição do Executivo, considerando-a uma “opção política”. “O problema não está em não haver dinheiro. O problema está na injustiça da sua distribuição e na falta de investimento”, sublinhou Jerónimo Martins.
Face a esta troca de declarações, Rui Rio veio deixar claro que se esta legislatura não chegar ao fim será por culpa do “jogo” mantido entre estes parceiros. “Chegar ao fim com esta legislatura não é responsabilidade do PSD, [que] é oposição, é um jogo entre PS, PCP e BE”, defendeu.
No que diz respeito à estabilidade do acordo governamental entre as esquerdas e o Partido Socialista, Catarina Martins escolheu, por sua vez, ser assertiva. A deputada diz que “nada está garantido”, mas garante que o Bloco de Esquerda está aberto “a negociar”, o que “não é nenhuma novidade”.
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