EDP reage à OPA da China Three Gorges. “Preço oferecido não reflete adequadamente o valor” da elétrica
Contrapartida da OPA não só não reflete o valor da empresa como o prémio é baixo faço ao registado nas utilities europeias em situações de aquisição de controlo.
A EDP não classifica a oferta chinesa. Não diz se é amigável ou hostil, mas avalia a contrapartida apresentada pelo seu maior acionista como sendo baixa. Diz que não só não reflete o valor da empresa como o prémio oferecido aos investidores fica aquém do que tem sido a prática no setor das utilities europeias em situações de aquisição para assumir o controlo.
“O conselho de administração Executivo da EDP deu início aos procedimentos internos relevantes, no cumprimento das obrigações às quais se encontra adstrito, e irá pronunciar-se em devido tempo sobre os demais termos da oferta que serão dados a conhecer ao conselho de administração executivo da EDP através do envio pelo oferente do projeto de prospeto que incluirá, designadamente, o detalhe relevante do projeto industrial”, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.
“Não obstante, o Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflete adequadamente o valor da EDP”, remata, confirmando a informação que tinha já sido avançada pela Bloomberg. De acordo com a agência noticiosa norte-americana, a empresa liderada por António Mexia estará já a trabalhar com o banco UBS num plano de defesa.
"O Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflete adequadamente o valor da EDP.”
A China Three Gorges, a maior acionista da elétrica apresentou, no final da semana passada, uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da elétrica, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros. A proposta chinesa tinha implícita um prémio de 4,8% face à última cotação antes da OPA, de 3,11 euros, mas os títulos rapidamente superaram o valor oferecido. Fecharam a valer 3,40 euros, após a maior subida numa década, elevando em 1,1 mil milhões de euros o valor de mercado da EDP.
“O prémio implícito na oferta é baixo considerando a prática seguida no mercado europeu das utilities nas situações onde existiu aquisição de controlo pelo oferente”, acrescenta a administração da empresa liderada por António Mexia. Ou seja, a administração junta-se aos analistas, mas também aos investidores, na defesa de um valor superior na OPA em que seja considerado um prémio de controlo justo, alinha com o que se tem verificado nas várias operações de concentração na Europa.
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