Portugal capta 1.750 milhões em dívida de curto prazo. Juros foram negativos, mas subiram
O IGCP contou, mais uma vez, com taxas negativas, mas os juros subiram tanto no prazo a seis como a 12 meses. Taxa foi de -0,272% no prazo a um ano.
Portugal conseguiu financiar-se em 1.750 milhões de euros através de dívida de curto prazo. Foi bem-sucedido no montante, mas os juros, que voltaram a ficar abaixo de zero, foram mais elevados. Tanto no prazo a seis como a 12 meses, as taxas subiram.
O montante indicativo global era entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros. A agência que gere a dívida pública portuguesa acabou por conseguir o montante máximo, colocando 500 milhões a seis meses e 1.250 milhões no prazo mais longo, sendo que a procura acabou por ser mais expressiva no prazo mais curto. Ainda assim, passou de três vezes a oferta para apenas 1,73 vezes.
Portugal conseguiu financiar-se novamente com juros negativos, mas não foram recorde. Depois de ter obtido uma taxa de -0,424% em março, agora o juro foi de -0,351%, no prazo a seis meses. No prazo a 12 meses a taxa foi de -0,272%, o que compara com os -0,389% da última emissão idêntica, realizada também em março.
“Conseguimos colocar o montante que pretendíamos, embora a taxas ligeiramente menos negativas do que nas emissões anteriores”, diz Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa. “Mas esta ligeira subida de taxas (e do custo do endividamento) está em linha com a subida na curva da dívida soberana europeia, tanto na dívida curta como na dívida longa”, acrescenta, sublinhando que “mesmo assim as taxas das emissões portuguesas não são tão negativas quanto as dos nossos pares europeus, pelo que os investidores mantêm o interesse”.
Os juros, apesar de subiram, mantêm-se extremamente baixos, reflexo da política monetária do Banco Central Europeu que continua a ser extremamente expansionista. As compras de dívida pública, juntamente com os melhores sinais da economia portuguesa, traduzidos em ratings de qualidade, garantem um custo de financiamento reduzido tanto a curto como a longo prazo.
Esta emissão de dívida de curto prazo segue-se à de longo prazo realizada na semana passada. O IGCP foi ao mercado colocar dívida a cinco e dez anos, operação na qual conseguiu obter um total de 1.207 milhões de euros. Neste duplo leilão de obrigações, tanto no prazo a cinco como a dez anos as taxas foram as mais baixas de sempre. No prazo a dez anos, a taxa de juro foi de 1,670%, sendo de 0,529% a cinco anos.
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