Trabalhadores da Transtejo convocam greve para vésperas do feriado de Lisboa
Os trabalhadores da Transtejo vão fazer greve às horas extraordinárias e, a 11 e 12 de junho, vésperas do feriado em Lisboa, farão interrupções de três horas por turno.
Os trabalhadores da Transtejo decidiram, em plenário, uma greve às horas extraordinárias, com efeitos imediatos, e a interrupção, de três horas por turno, ao serviço prestado nos dias 11 e 12 de junho, vésperas do feriado de Lisboa.
“A ideia que os trabalhadores têm é que [a greve] vai provocar um grande impacto, dado que os dias 11 e 12 são vésperas dos Santos Populares em Lisboa e que há um grande tráfego entre as duas margens”, declarou à Lusa Paulo Lopes, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), após o plenário geral dos trabalhadores da Transtejo.
Ressalvando que “esta foi uma proposta apresentada pelo plenário, nem foi uma proposta apresentada pelos sindicatos”, o responsável da FECTRANS disse que as ações de luta agendadas foram motivas pela “paragem total da negociação do Acordo de Empresa (AE)”, em que se pretende a valorização salarial dos trabalhadores da Transtejo.
Na perspetiva da FECTRANS, trata-se de concretizar o acordado em dezembro de 2016 e confirmado no acordo de maio de 2017 entre os sindicatos e o conselho de administração da Transtejo, nomeadamente “a integração de 50% do prémio de assiduidade e a integração total do adicional de remuneração, além de se proceder a um aumento salarial que tenha em conta que os trabalhadores não são aumentados desde 2009”.
Sobre o impacto do plenário desta sexta-feira no serviço regular prestado pela Transtejo, Paulo Lopes considerou que “não é significativo”, explicando que a paralisação ocorreu durante “cerca de três horas” num período de menos afluência de passageiros. O plenário geral de trabalhadores da Transtejo realizou-se entre as 14h30 e as 17h30, provocando perturbações nas ligações fluviais de Cacilhas (Almada), Montijo, Seixal e Trafaria (Almada).
Fonte da empresa Transtejo afirmou à Lusa que o plenário “decorreu com a habitual normalidade, tendo-se registado paragem completa de atividade entre as 13h30 e as 17h30”. Durante a interrupção do serviço de transporte fluvial foram suprimidas, no total, 44 carreiras: 23 na ligação do Cais do Sodré, oito na ligação do Seixal, sete na ligação do Montijo e seis na ligação da Trafaria”, revelou a empresa de transporte fluvial.
Com as mesmas reivindicações, os trabalhadores da Soflusa marcaram um plenário geral para sexta-feira, prevendo-se a interrupção das carreiras do serviço regular da ligação fluvial Barreiro – Terreiro do Paço (Lisboa), entre as 13h25 e as 16h50.
“Após três reuniões com o conselho de administração, tendo em vista a revisão do Acordo de Empresa, continuamos sem qualquer perspetiva de alguma conclusão viável, apesar de as estruturas sindicais terem apresentado diversas propostas com vista, designadamente à valorização salarial dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa, por isso, vamos realizar plenários gerais de trabalhadores com paralisação”, afirmou a FECTRANS, em comunicado.
Às propostas sindicais, o conselho de administração da Transtejo e da Soflusa respondeu que, “não tendo sido publicada a Lei de Execução Orçamental, não está em condições de fazer qualquer proposta de aumentos salariais”, informou a FECTRANS. No caso da Soflusa, os sindicatos defendem que se trata de “concretizar a integração de 50% do prémio de assiduidade e da integração total do Subsídio de Catamaran, além de se proceder a um aumento salarial, que tenha em conta que os trabalhadores não são aumentados desde 2009”, explicando que a medida foi acordada em dezembro de 2016 e confirmada no acordo de maio de 2017.
De acordo com a FECTRANS, a resposta das empresas Transtejo e Soflusa está a originar “uma situação de impasse, que levou os órgãos representativos dos trabalhadores (ORT) a apresentarem formalmente um protesto exigindo da empresa a clarificação da sua posição”. Apesar de estar marcada uma nova reunião para a próxima quarta-feira com o conselho de administração da Transtejo e da Soflusa, para os sindicatos “torna-se necessário ouvir e informar os trabalhadores sobre a situação criada, pelo que se vai convocar um plenário geral, com paralisação da atividade”.
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