Comissão Europeia diz que os “carros a diesel estão acabados”
Fim à vista para os automóveis a gasóleo. Comissária europeia para a indústria diz que carros a diesel vão desaparecer "por completo" em poucos anos e que futuro são os elétricos.
Os automóveis a diesel estão condenados e vão desaparecer por completo das estradas em poucos anos. Quem o assegura é Elzbieta Bienkowska, comissária europeia com as pastas do mercado interno, indústria, empreendedorismo e PME, depois do escândalo Dieselgate ter provocado a desconfiança em relação ao impacto destes carros no ambiente. “É uma tecnologia ultrapassada”, referiu a responsável polaca.
“Os carros a diesel estão acabados”, afirmou Bienkowska em entrevista à Bloomberg (acesso livre/conteúdo em inglês). “Penso que dentro de poucos anos eles irão desaparecer completamente”, frisou a comissária.
Segundo Bienkowska, a União Europeia teve o seu “momento de viragem” depois de a Volkswagen ter admitido que instalou software nos motores a diesel que manipulava a informação relativa à emissão de gases poluentes. Isso “afetou profundamente os sentimentos da sociedade em relação às emissões e aos carros limpos”, disse.
Os carros a diesel estão acabados. Penso que dentro de poucos anos eles irão desaparecer completamente.
Depois do escândalo em torno da marca alemã, que levou à recolha de 8,5 milhões de veículos em todo o mundo, “as pessoas perceberam que não há carros a diesel completamente limpos”, sublinhou Bienkowska.
Na União Europeia, onde cerca de metade dos automóveis têm motores a diesel, os governos acabaram de aprovar na semana passada alterações às regras para autorização dos modelos de automóveis na região. A Comissão Europeia passou a deter o poder de multar os fabricantes em mais de 30 mil euros por carro defeituoso e de ordenar recolhas de veículos, medidas que vão contribuir para uma maior centralização da supervisão da indústria automóvel na União Europeia.
A comissária europeia criticou a arrogância dos fabricantes de automóveis, que durante algum tempo desvalorizou o escândalo. “Durante essa fase de negação foi horrível”, lembrou Bienkowska. “Mas estou menos frustrada agora do que estava há um ano”, admitiu.
A animar Bienkowska está a iniciativa da Comissão Europeia e da indústria para estimular o desenvolvimento de baterias para automóveis elétricos, incluindo medidas de financiamento.
“Queremos ter as primeiras baterias produzidas na Europa, mas também toda a cadeia de valor. É o tipo de projeto que um Estado membro não consegue financiar sozinho”, disse.
Queremos ter as primeiras baterias produzidas na Europa, mas também toda a cadeia de valor. É o tipo de projeto que um Estado membro não consegue financiar sozinho.
Por exemplo, a Volkswagen, que está no epicentro da polémica do dieselgate, recebeu um financiamento de 40 mil milhões de euros em contratos para produzir baterias. Mas são várias as marcas e empresas do setor que já estão a posicionar-se no sentido de aproveita os incentivos europeus, incluindo a BMW e a Daimler.
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