Malparado caiu 13 mil milhões em dois anos. FMI aplaude
A entidade liderada por Christine Lagarde reconhece melhorias significativas na estabilidade financeira em Portugal. E isto graças aos esforços dos bancos de redução do crédito malparado.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aplaude a recuperação da banca em Portugal. E isto graças aos esforços das instituições financeiras para reduzirem de forma significativa o crédito malparado: caiu mais de 13 mil milhões de euros desde meados de 2016. Para a entidade liderada por Christine Lagarde, este ritmo de “limpeza” dos ativos tóxicos vai permitir que as instituições financeiras alcancem ou mesmo superem as suas metas de redução. Mas deixa um alerta: é preciso manter estes esforços para que as entidades consigam regressar à rentabilidade.
“Os rácios de capital aumentaram, enquanto o stock de NPL [crédito malparado] caiu mais de 13 mil milhões de euros em relação ao máximo alcançado em meados de 2016″, refere o FMI no relatório sobre o artigo IV divulgado esta terça-feira. Este ritmo, diz a entidade, permite que “os bancos alcancem ou excedam os objetivos de redução de NPL”.
"Os rácios de capital aumentaram, enquanto o stock de NPL [crédito malparado] caiu mais de 13 mil milhões de euros em relação ao máximo alcançado em meados de 2016.”
Apesar dos elogios aos esforços dos bancos, a entidade liderada por Christine Lagarde diz que é preciso fazer mais. “Embora os resultados sejam encorajadores, é preciso que haja mais progresso para reforçar a rentabilidade dos bancos. Isto vai ajudá-los a absorver custos adicionais que possam surgir com os requisitos europeus conhecidos como MREL e a apoiar a economia”, lê-se no comunicado.
Além disso, “os supervisores devem continuar a encorajar os bancos a fortalecerem a sua governance e gestão de risco enquanto mantêm os planos de corte de custos e redução de NPL para que consigam gerar capital”.
Preços das casas? É preciso “monitorizar”
A necessidade de os bancos continuarem a “limpar” o malparado não é o único alerta deixado pelo FMI. Para a entidade é preciso “monitorizar” a subida dos preços das casas, relembrando que o Banco de Portugal recomendou aos bancos a aplicação de limites nos critérios de concessão dos financiamentos. São, por agora, apenas recomendações, mas se não forem respeitadas passam a ser uma obrigação.
Estas recomendações são feitas numa altura em que o valor o valor médio dos novos empréstimos à habitação pedidos à banca pelas famílias está cada vez mais perto dos 100 mil euros, um patamar nunca antes atingido. A escalada dos preços dos imóveis justifica, em grande parte, este fenómeno ao qual não será indiferente também a apetência da banca pela concessão destes financiamentos num período de maior confiança dos portugueses na economia.
As previsões do FMI para a economia portuguesa
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