Também a Bloomberg já se rendeu ao Porto Vintage 2016
Produtores de vinho do Porto preparam-se para ano memorável: vem aí o Porto Vintage 2016. E a fama desta colheita já chegou à maior agência de notícias do mundo financeiro.
Também a Bloomberg já se rendeu ao Porto Vintage 2016, com muitas casas do Douro a prometerem agitar o mercado de vinho do Porto este ano, numa altura em que o Brexit começa a condicionar as vendas para o principal consumidor, o Reino Unido.
“Dizem que os vinhos do Porto devem ter entre 20 e 40 anos para suavizar os taninos e harmonizar os sabores, um problema neste mundo de gratificação instantânea”, escreve aquela publicação americana (acesso condicionado/conteúdo em inglês). “Mas os vinhos do Porto de 2016 têm um equilíbrio tão impressionante, e taninos tão polidos que talvez seja difícil deixá-los guardados durante décadas. Melhor ainda: não será preciso. Eles já são saborosos agora e com poucos anos de envelhecimento só vão melhorar”, reforça.
2018 trouxe consigo uma novidade rara para os lados do Douro: as principais casas de produção de vinho do Porto declararam que 2016 era um “ano vintage”. Não há qualquer regra formal para declarar um vintage. Porém, quando os grandes produtores fazem isso em conjunto, então é porque se está perante um ano de elevada qualidade. E isto apenas aconteceu 11 vezes nos últimos 40 anos e o último ano vintage é de 2011 (declarado em 2013).
Lembra a Bloomberg que cerca de metade das terras de vinhas no Vale do Douro é dedicada às uvas para produção de vinhos do Porto. E que as vendas da maioria dos estilos de vinho do Porto estão em declínio, embora o vinho do Porto de gama mais alta tenha mostrado um crescimento constante. “Uma das razões para o recente aumento das vendas foi o excelente vintage de 2011, lançado em 2013, que estimulou novos compradores”, diz a influente agência de notícias do mundo financeiro.
Mas o entusiasmo em tornos dos Porto Vintage vai mais longe e pode atrair investidores. Os preços atuais dos vintages de 2011 aumentaram significativamente desde que foram lançados, há cinco anos. Por exemplo, cada garrafa do Dow’s viu o seu valor aumentar 211%.
Entre os maiores desafios, os produtores sublinham que o vinho do Porto têm um problema de imagem de mercado. Muitos acham tratar-se de um vinho antiquado e excessivamente doce, aponta a Bloomberg. “O ideal é servi-lo como uma bebida para relaxar após o jantar”, disse David Guimaraens, enólogo da Fladgate Partnership, dona de marcas como a Taylor’s, a Fonseca e a Croft.
Outro problema está em perspetiva: o Brexit. Se o Reino Unido abandonar o mercado comum e sejam aplicadas tarifas sobre produtos da União Europeia, os preços do vinho do Porto deverão aumentar, diminuindo a procura.
Embora isto ainda seja um cenário, a verdade é que alguns produtores já vão sentindo o efeito da desvalorização da libra face ao euro, prejudicando a rentabilidade nas exportações de vinho do Porto para os consumidores britânicos.
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