Bruxelas contra-ataca. Responde a tarifas de Trump com taxas adicionais
Em resposta às tarifas aduaneiras aplicadas por Donald Trump sobre as importações de aço e ferro com origem europeia, Bruxelas vai aplicar novas taxas a uma lista de produtos norte-americanos.
A Comissão Europeia adotou, esta quarta-feira, uma lista de produtos importados dos Estados Unidos, incluindo sumo de laranja, milho e bourbon que vão passar a ser taxados a 25% na alfandega. Em causa estão, segundo o Financial Times, tarifas no valor de 2,8 mil milhões de dólares (2,39 mil milhões de euros).
Numa nota divulgada esta quarta-feira, o executivo comunitário espera concluir os procedimentos necessários com os Estados-membros até final do mês, de modo a que as taxas entrem em vigor em julho.
A decisão adotada, esta quarta-feira, tem como objetivo responder aos danos causados pela aplicação, pelos Estados Unidos da América (EUA) de tarifas aduaneiras adicionais à importação de aço e alumínio da UE, avaliadas em 6,4 mil milhões de euros. E, segundo o vice presidente da Comissão, Jyrki Katainen, a medida conta “com o apoio de todos os Estados membros”, porque “todos estão cientes” que o objetivo é “defender as normas em que assenta o comércio”. “É difícil prever o que o Presidente Trump fará a seguir, mas o que propomos está em conformidade com as regras da OMC e estamos a agir em defesa do nosso interesse legítimo”, acrescentou na conferência de imprensa de apresentação do programa InvestEU.
É difícil prever o que o Presidente Trump fará a seguir, mas o que propomos está em conformidade com as regras da OMC e estamos a agir em defesa do nosso interesse legítimo.
Para já, Bruxelas espera conseguir equilibrar o défice no comércio externo com os EUA em 2,8 mil milhões de euros, ficando 3,6 mil milhões para equilibrar com medidas a adotar nos próximos três anos, depois da Organização Mundial do Comércio conseguir um acordo entre as duas partes. A lista adotada inclui produtos como sumo de laranja, milho doce, bourbon, manteiga de amendoim, arroz e calças de ganga, que passarão a pagar 25% de taxas adicionais. Os baralhos de cartas são a exceção, com uma taxa adicional de 10%.
Para Jyrki Katainen, a comissária Cecilia Malmström “ofereceu uma abordagem construtiva” aos norte-americanos, de modo a que a situação seja “mutuamente vantajosa”. O vice-presidente frisou ainda a disponibilidade da união Europeia para discutir uma eventual “atualização da OMC” e avançar com “uma cooperação regulamentar de modo a, voluntariamente, identificar formas de melhorar as transações de ambos os lados do Atlântico”. “A oferta mantém-se de pé“.
“Se os EUA quiserem melhorar o ambiente de negócios terão sempre um amigo deste lado do Atlântico”, garantiu Katainen, na conferência de imprensa. “É do interesse de ambos tentar circunscrever o problema em vez de o expandir”, acrescentou. “Vamos continuar a persuadir os americanos de que não há razão para agir como estão a agir. O problema restringe-se à própria Administração” Trump, concluiu Katainen.
É do interesse de ambos tentar circunscrever o problema em vez de o expandir. Vamos continuar a persuadir os americanos de que não há razão para agir como estão a agir. O problema restringe-se à própria Administração [Trump].
Em março, os EUA anunciaram a aplicação de taxas adicionais às importações de aço (25%) e de alumínio (10%), que entraram em vigor a 31 de maio.
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