Dos EUA, Costa traz bagagem com milhões de dólares e milhares de empregos
Depois de uma semana nos Estados Unidos, Costa volta com uma mala cheia de novas parcerias e investimentos. Google, Amyris e MIT são as principais mercadorias.
Uma semana nos Estados Unidos parece pouco tempo para ver um país tão grande, mas foi o suficiente para António Costa travar conhecimentos com as pessoas que têm o futuro — e o dinheiro — nas mãos. O primeiro-ministro regressa a Portugal com uma mala cheia de novas parcerias e investimentos.
O primeiro-ministro esteve esta semana de visita à maior economia mundial, tendo celebrado o dia de Portugal com os emigrantes e os lusodescendentes no país. Mas as interações mais valiosas foram as feitas nas grandes empresas. Costa passou pela Google, pela Cisco, pela Amyris, e conseguiu, pelo menos em algumas, fechar negócios que vão da tecnologia ao vinho.
Google traz centro de desenvolvimento Android
Na passagem por Mountain View, onde está a primeira casa da gigante tecnológica Google, António Costa trouxe 1.000 postos de trabalho para juntar aos 500 que já tinham sido anunciados no princípio deste ano.
A Google vai instalar em Portugal uma unidade de formação e desenvolvimento do seu sistema operativo, o Android. Isto quer dizer que algum do software que vai andar nos bolsos de milhões de pessoas por todo o mundo vai sair de Oeiras. Segundo o primeiro-ministro, esta é uma “academia piloto”, a primeira na Europa.
O vice-presidente para os assuntos globais da Google, Kent Walker afirmou que continua a manter “uma conversa séria e muito construtiva com os membros do Governo português”, o que poderá dizer que à terceira é que será de vez.
“A nossa apreciação é que Portugal é um dos países líderes da economia digital na Europa. Queremos continuar a apoiar os esforços do Governo português para desenvolver a digitalização da sua economia”, disse aos jornalistas Walker, na apresentação deste novo programa.
Caldeira Cabral, ministro da Economia do Governo de Costa, acredita que atrás da Google virão outras empresas do setor. “A Google está a atrair outras empresas que fazem parte do ecossistema e que trabalham com a Google”, afirmou o governante que acompanhou o primeiro-ministro nesta viagem pela “terra dos sonhos”.
Hub de biotecnologia da Amyris no Porto
Na Universidade de Stanford, também na solarenga Califórnia, as novidades juntam a inovação tecnológica à investigação e desenvolvimento na biologia. O primeiro-ministro esteve presente na assinatura do protocolo entre a Stanford Hoover Institution, o AICEP, a empresa norte-americana Amyris e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto que vai trazer um hub de biotecnologia para o norte.
O centro europeu de investigação, desenvolvimento e inovação em bioprodutos vai implicar um investimento de 50 milhões de euros e a contratação de mais de 100 investigadores. Será assim instalada uma plataforma automatizada de bioengenharia, que juntará as mentes de todas estas instituições.
MIT Portugal para inteligência artificial
Também no campo na investigação e do desenvolvimento, foi anunciada uma parceria entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Estado que terá como principal componente a inteligência artificial. O programa desenvolver-se-á até 2030 e envolverá 120 milhões — metade a chegar de cada um dos lados do Atlântico.
A parceria entre as duas instituições já é antiga, mas passa agora para uma segunda fase, direcionada para a datascience e a machinelearning, todas estas do setor da automação.
TAP passa a ligar Lisboa a São Francisco
E para que todas estas sinergias sejam ainda mais fortes, a TAP passará a operar voos diretos entre Lisboa e São Francisco no próximo ano. No anúncio desta nova rota, Costa afirmou que a capital portuguesa será “a primeira cidade do sul da Europa a ter voos diretos de e para São Francisco”.
“Venham, não só para nos visitar, mas também para investirem e trabalharem connosco”, acrescentou o primeiro-ministro na apresentação.
Questionada pelo ECO, a transportadora aérea nacional não prestou quaisquer declarações em relação a este assunto, não havendo nenhuma informação relativa à rota nos canais online da mesma.
Pitch do Alqueva no Napa Valley
Este negócio não ficou fechado, mas o pitch ficou feito. Já em Napa Valley, a capital vitivinícola norte-americana, o primeiro-ministro deixou claro que os terrenos portugueses são férteis o suficiente para receberem o investimento estrangeiro. Principalmente a área de regadio do Alqueva.
“Temos uma elevada área por explorar na zona do Alqueva. Com o novo plano nacional de regadios vamos alargar até 2022, significativamente, as áreas de exploração que podem atrair importantes investimentos no Alqueva, no centro e norte do país”, declarou António Costa.
Apresentações feitas, parece então que o negócio estará perto de fechar, com fontes do Executivo a avançarem à agência Lusa que o Alqueva, a prazo, poderá receber um investimento com origem na Califórnia, na ordem dos 200 milhões de euros, para plantação de amendoeiras.
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