TAP espera crescer oito destinos por ano

  • ECO
  • 19 Junho 2018

Antonoaldo Neves aponta para a estimativa de contratar 1.500 pessoas ao longo de três anos, face a um crescimento esperado de um milhão de passageiros por ano e “mais ou menos oito destinos por ano".

O presidente executivo TAP revelou esta terça-feira que prevê contratar mais 1.500 pessoas ao longo de três anos e crescer a um ritmo de “oito destinos por ano”. No dia em que se realizou o voo de teste do novo A330-900 neo, Antonoaldo Neves reiterou que pretende multiplicar por sete o lucro da empresa.

Uma “necessidade” para que haja sustentabilidade, justificou. “Temos uma visão de médio prazo e multiplicar por sete, não é uma questão de otimismo, é uma questão de necessidade. A TAP precisa de multiplicar os lucros por sete para ser uma empresa sustentável”, afirmou. O Grupo TAP obteve um lucro de 21,2 milhões de euros em 2017, que contrastam com um prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016.

Para o conseguir, o responsável antecipa um crescimento de um milhão de passageiros por ano e “mais ou menos oito destinos por ano”. E para isso são necessários mais aviões. O objetivo da companhia é adquirir cerca de 100 aeronaves, onde incluem 21 aparelhos A330-900 neo, sete dos quais este ano, num calendário de entregas que deverá estender-se por dois anos. Antonoaldo Neves frisou que o “crescimento do número de passageiros se verifica desde 2015, na casa dos dez a 12 milhões passando para 14 milhões o ano passado”.

“Vai ser um investimento enorme, mas que vai trazer mais capacidade de oferta por um lado, e por outro lado vai-nos trazer mais economia, porque estes aviões consumem menos do que os outros”, disse à Lusa Humberto Pedrosa, do consórcio Atlantic Gateway. O responsável lembrou que a TAP já tem ao serviço um A 230 neo “a operar com resultados fantásticos”, mas recusou revelar o valor do investimento envolvido na renovação da frota.

A cada nova destas aeronaves ficam alocados 500 a 600 postos de trabalho “diretos e indiretos para a aviação”, notou, por seu lado Antonoaldo Neves. O responsável frisou ainda que “o último avião novo da TAP foi adquirido em 2007, há já 11 anos”.

Antonoaldo não quis revelar quais os novos destinos para onde a TAP vai começar a voar no próximo ano, porque “é necessário fazer contas primeiro”. Em declarações aos jornalistas, o CEO da transportadora explicou que a companhia registou um “crescimento muito acelerado e só depois da análise do número de tripulantes e de pilotos que vão ser necessários para fazer esses novos voos” é que haverá anúncios formais. Porquê? “Porque não queremos voltar a passar pela crise que já passámos”, explicou numa referência às greves sucessiva que a empresa enfrentou.

O CEO da TAP garantiu ainda que “a crise no Brasil não está a afetar a TAP”. “Temos mais de sete frequências semanais, mas vamos chegar às 11”, garantiu o responsável, acrescentando que “os voos para o mercado brasileiro andam muito lotados” e a empresa apresenta “tarifas muito competitivas”.

Depois de ter voado pela primeira vez em 15 de maio e com um plano para somar mais 150 horas de voo teste em 18 dias e ir a 16 cidades da América e Ásia, o primeiro A330-900 a chegar a uma transportadora mundial deve chegar à TAP em outubro.

“O nosso objetivo é voar comercialmente com este avião entre outubro e novembro” e embora o destino inaugural já esteja escolhido, só mais tarde será revelado, acrescentou o CEO.

À pergunta sobre se a TAP pode estar a dar um passo maior que a perna com estas aquisições, Antonoaldo Neves garantiu: “A nossa perna é do nosso tamanho e é uma perna de atleta e vamos continuar a crescer”.

A TAP é detida em 50% pelo Estado, através da Parpública, em 45% pelo consórcio da Atlantic Gateway e em 5% pelos trabalhadores. Para o ministro do Planeamento, Pedro Marques, só a reversão da privatização da TAP permitiu assegurar o futuro da empresa e que em causa está “uma boa junção de interesses privados e do Estado”.

O ministro garantiu que continua a trabalhar para “melhorar o aeroporto” da Portela e avançar rapidamente com o aeroporto complementar no Montijo dado o “crescimento significativo do número de passageiros”. “Como no processo de privatização não ficou assegurado o novo aeroporto, a negociação agora é feita numa posição mais difícil”, explicou Pedro Marques, gaantindo que o Executivo está a fazer todos os possíveis para avançar neste dossier.

(Notícia atualizada com mais informação às 21:55)

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