Centeno: Conclusão do resgate à Grécia marca “final dos últimos resquícios da crise do euro”
Os ministros das Finanças alcançaram, esta madrugada, um acordo "histórico" para concluir o resgate à Grécia.
O presidente do Eurogrupo considera que o acordo alcançado esta madrugada no Luxemburgo sobre a conclusão do terceiro programa de assistência à Grécia é “obviamente histórico”, pois marca “o final dos últimos resquícios da crise do euro”.
Em declarações à imprensa portuguesa algumas horas depois de os ministros das Finanças da zona euro terem acordado as modalidades da saída da Grécia do seu terceiro e último resgate – que se consumará em 20 de agosto -, Mário Centeno comentou que “isto acontece porque as autoridades gregas fizeram um trabalho notável de preparação e de tomar medidas ao abrigo desse programa”, sublinhando que “foram centenas de medidas que foram tomadas nos últimos meses pelas autoridades gregas”.
Centeno sublinhou que “o sucesso da Grécia na saída deste programa marca o fim do último programa que ainda estava ativo e, portanto, o final dos últimos resquícios da crise do euro”. “Isto é obviamente histórico e um momento muito marcante que será, e estou confiante disso, um sucesso. Em primeiro lugar, (um sucesso) para a sociedade e para a economia grega, e (em segundo) para os mercados”.
“É um passo muito relevante na estabilização da área do euro”, concluiu.
As declarações surgem depois de os ministros das Finanças da zona euro terem alcançado um acordo sobre as modalidades da saída da Grécia do terceiro programa de assistência, que põe fim a oito anos de resgates a Atenas. “Este foi um Eurogrupo para recordar. Após oito longos anos, a Grécia vai finalmente concluir a sua assistência financeira e junta-se à Irlanda, Espanha, Chipre e ao meu próprio país, Portugal no grupo de países a dar a volta à sua economia e a reconquistar a sua autonomia”, declarou Mário Centeno na conferência de imprensa no final do Eurogrupo.
Após oito longos anos, a Grécia vai finalmente concluir a sua assistência financeira e junta-se à Irlanda, Espanha, Chipre e ao meu próprio país, Portugal no grupo de países a dar a volta à sua economia e a reconquistar a sua autonomia.
Após várias horas de reunião, iniciada na quinta-feira à tarde, os credores da Grécia chegaram a um compromisso, já esta madrugada, que contempla medidas de alívio da dívida grega, prolongamento dos prazos de pagamento dos empréstimos, uma última tranche de 15 mil milhões de euros como “almofada” financeira, mas também uma vigilância pós-programa reforçada.
Apontando que a análise da dívida grega – que atinge 178% do PIB do país – demonstrou que eram necessárias medidas adicionais de alívio da dívida para garantir a sua sustentabilidade no futuro, Centeno disse que foi adotado um pacote, que prevê, entre outras medidas, o prolongamento por 10 anos do prazo de pagamento do empréstimo concedido pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
Sublinhando que o fim do programa traz novas responsabilidades, e cabe à Grécia preservar os feitos alcançados durante todo o processo de ajustamento e prosseguir o esforço de reformas, Centeno indicou que a última tranche de 15 mil milhões de euros permitirá à Grécia sair do programa, em agosto, com uma “almofada” de 24,1 mil milhões de euros, que deverão cobrir as necessidades financeiras para os 22 meses seguintes.
A saída da Grécia do seu terceiro programa de assistência, que deverá consumar-se em 20 de agosto, representa o final do ciclo de resgates a países na zona euro no quadro da crise económica e financeira, entre os quais Portugal (2011-2014).
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