Mário Centeno no ECO: As cinco mensagens para a Cimeira do Euro
Num artigo de opinião no ECO, o presidente do Eurogrupo elogia as propostas de Merkel e Macron, mas pede mais contributos. E defende que a reforma do euro não será um 'big bang'.
“Na Europa ganhamos todos” é o título do artigo de opinião que o presidente do Eurogrupo publica esta quarta-feira no ECO (exclusivo em Portugal) e noutros órgãos de comunicação social internacionais. Na Cimeira do Euro, que se realiza sexta-feira, os líderes europeus têm como objetivo aprofundar a União Económica e Monetária. No artigo, Mário Centeno deixa várias mensagens.
- O crescimento económico atual resulta da aposta feita no passado quando os líderes europeus saíram da zona de conforto para defender o euro e criaram o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). “Não há dúvida: A expansão económica atual é o nosso retorno”, afirma, salientando que todas as economias do euro beneficiam de um “sólido crescimento”, que a herança da crise foi sendo corrigida e que a Grécia é a “prova da nossa determinação”.
- Determinação política e paciência são a “essência”. O presidente do Eurogrupo sublinha que para reformar o euro é preciso paciência – ou seja, não se consegue tudo de uma só vez. Este mês, em entrevista ao Público, o presidente do MEE, Klaus Regling, afirmava que a cimeira de junho é importante, “mas não será a última sobre a reforma do euro”. Mário Centeno considera que a paciência “é o melhor antídoto” para o crescimento dos populismos e dos extremos políticos. O ministro português das Finanças acrescenta que defender o euro com a melhoria das instituições “é ainda a solução mais barata” para conseguir pôr as economias a crescer.
- Mas se o passado deu algumas lições, é preciso continuar a construir o euro, defende Centeno. No entanto, o presidente do Eurogrupo considera que a reforma do euro não será um “big bang“. “Artilharia pesada não é a melhor forma para fazer uma reforma.” A criação de uma rede de segurança, que funciona como último recurso, num cenário de crise sistémica no sistema financeiro – normalmente designada por backstop – é uma das medidas chave que será discutida na Cimeira do Euro. O reforço do MEE na gestão das crises soberanas é outros dos tópicos em cima da mesa, assim como a discussão em torno de um seguro de depósito comum.
- Centeno valoriza também o que aprendeu em seis meses como presidente do Eurogrupo. O ministro português das Finanças sabe que cada país tem as suas prioridades, mas deixa um apelo para que não cristalizem posições. “Para alguns países, a criação de um instrumento orçamental ou de um orçamento para a zona euro é uma prioridade”, admite Centeno, lembrando, porém, que esta ideia gera, por vezes, preocupações que têm de ser consideradas. Nesta matéria, o presidente do Eurogrupo considera “positivos” os contributos recentes da Alemanha e da França, mas desafia os restantes países a apresentarem as suas propostas de uma forma construtiva. “Não podemos construir trincheiras à volta de linhas vermelhas.”
- Mário Centeno não aponta para uma nova crise, mas lembra que nada fazer agora será pior. Ainda recentemente, em Lisboa, o responsável máximo do Eurogrupo defendeu que os “governos europeus não podem dormir sobre os louros”. Agora avisa para os custos de nada ser feito. “Temos de ter consciência dos custos da inação.” Se nada for feito, o progresso não será sustentável, alerta.
A Cimeira do Euro fecha o Conselho Europeu marcado para esta quinta e sexta-feira. A agenda dos líderes europeus está recheada de pontos quentes, como as migrações, numa altura em que continuam a chegar barcos com imigrantes que querem entrar na Europa e encontram obstáculos por parte de alguns países.
Na Cimeira do Euro, os objetivos da agenda dos líderes passam por completar a União Bancária e a definição do papel do MEE.
Leia aqui na íntegra o artigo de Mário Centeno.
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