Quem anda de transportes públicos demora o dobro do tempo do que quem vai de carro ou mota
O automóvel foi o principal meio de transporte utilizado nas deslocações feitas pelos residentes em Lisboa e no Porto. "Falta de frequência ou fiabilidade" dos transportes públicos é um dos motivos.
A maioria dos residentes nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto recorre a um transporte individual para se deslocar no dia a dia, uma escolha que fica a dever-se ao “conforto” e “rapidez” que andar de carro ou de mota proporciona, mas também devido à falta de alternativas nos transportes públicos ou à falta de “fiabilidade” dos mesmos. Certo é que, seja em Lisboa ou no Porto, quem anda de transportes públicos vai demorar mais do dobro do tempo do que quem percorre a mesma distância num transporte individual.
As conclusões são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que publicou, esta segunda-feira, os resultados provisórios do inquérito à mobilidade nestas áreas metropolitanas. O inquérito, realizado pelo INE no último trimestre do ano passado, dá conta de que o transporte individual motorizado, sobretudo o automóvel, foi o principal meio de transporte utilizado nas deslocações realizadas pelos residentes em Lisboa e no Porto (59,8% e 69%, respetivamente), considerando todos os dias da semana.
Em ambas as áreas metropolitanas, refere o INE, o transporte individual motorizado só não foi o principal meio de deslocação para quem se dirigia para estabelecimentos de ensino. Por outro lado, as deslocações feitas principalmente a pé ou de bicicleta representaram 18,9% no Porto e 23,5% em Lisboa. Já os transportes públicos foram o principal meio de deslocação para apenas 11,1% na área metropolitana do Porto e para 15,8% em Lisboa. O INE ressalva que “estes resultados estão condicionados pelo elevado número de deslocações a pé, bem como pelo recurso a meios distintos”.
A justificar a preferência pelo transporte individual estão, em primeiro lugar, a “rapidez” e o “conforto” que o mesmo permite. Mas o facto de a rede de transportes públicos não ter ligação direta ao destino, não representar uma alternativa ou não apresentar a “frequência ou fiabilidade necessárias” também são motivos que pesam na decisão de grande parte dos residentes de Lisboa e Porto que têm de deslocar-se.
Em média, as deslocações feitas pelos residentes no Porto tiveram uma duração de 21,8 minutos e uma distância de 10,1 quilómetros, enquanto as que foram feitas pelos residentes em Lisboa demoraram 24,3 minutos, para uma distância de 10,3 quilómetros.
Mas os tempos variam muito consoante o modo de transporte utilizado. Na Área Metropolitana do Porto, andar de automóvel ou de mota demorou uma média de 1,65 minutos por quilómetro. Tendo em conta a distância percorrida em cada um destes casos, os residentes nesta área demoraram uma média de 16,4 minutos a chegar aos destinos quando se deslocaram de carro ou mota. Já quem recorreu a transportes públicos demorou mais do dobro: 3,55 minutos por cada quilómetro percorrido, ou uma média de 45 minutos para concluir a deslocação.
Em Lisboa, os tempos são semelhantes. Quem anda de mota ou carro demora uma média de 1,6 minutos a percorrer um quilómetro, totalizando uma média de 20 minutos por cada deslocação. Já quem anda de transportes públicos demora 3,55 minutos por quilómetro, ou 49 minutos por deslocação.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Quem anda de transportes públicos demora o dobro do tempo do que quem vai de carro ou mota
{{ noCommentsLabel }}