Semear, regar e colher… Tudo isto pode ser feito no balcão da sua cozinha
Hortas que dão menos trabalho, precisam de menos água e menos espaço. Pode até cultivar no próprio balcão da cozinha, o objetivo é que seja mais fácil comer melhor.
Combater a insegurança alimentar e, ao mesmo tempo, melhorar as dietas é o objetivo da Aggressively Organic . Como? Através de pequenas hortas, acessíveis a todos e que precisam de menos espaço, água, tempo e material. No fundo, a ideia é comer melhor e de forma mais simples.
“Normalmente, os sistemas hidropónicos exigem bombas e filtros de ar. O nosso não requer nada disso. Então, é assim que mantém o custo baixo”, disse Jonathan Partlow, fundador da Aggressively Organic, à Fast Company. A startup vai começar já no próximo mês de agosto a entregar aos clientes os novos kits, que trazem sementes e podem ser plantadas num pequeno vaso feito, por exemplo, com a metade de um coco. Depois de as plantas brotarem, são movidas para pequenos recipientes de papelão e ficam por baixo das luzes que também vêm no kit.
De acordo com o fundador da startup, após a configuração inicial, o sistema mantém a quantidade de água suficiente para que não seja preciso regar a horta por, pelo menos, um mês. Os vegetais crescem com tecnologia que, através de sensores, fornece automaticamente a quantidade de água que o solo necessita.
“Nós colhemos uma alface a cada três meses ou uma couve a cada seis meses ou um ano”, explicou Partlow. Isto porque quando as folhas são retiradas da planta, sem que se corte de todo, a planta continua a crescer. Ter uma horta ao ar livre é mais barato do que comprar produtos orgânicos numa mercearia, mas ter uma horta dentro de casa pode ser ainda mais vantajoso, na medida em que, durante o ano todo e seja qual for o clima, é possível cultivar. Por outro lado, é mais fácil mantê-la e não requer o uso de pesticidas.
Na visão da Aggressively Organic, cultivar alimentos em casa contribui para melhorar a nutrição. Por um lado, porque as frutas e os legumes perdem nutrientes quando estão muito tempo em longas cadeias de distribuição e, por outro, pelo simples facto de ter uma couve no balcão da cozinha todos os dias. Como está mais visível pode proporcionar, por si só, o aumento do seu consumo.
Para o fundador da startup, com os alimentos logo nas cozinhas, sem que seja preciso ir comprá-los ao supermercado, a alimentação estará mais próxima de uma dieta natural. “Comem-se mais vegetais porque estão disponíveis. Leva menos tempo plantar, cultivar e manter a horta do que a maioria das pessoas demora a vestir-se, preparar-se para ir ao supermercado e encontrar um estacionamento”, realçou Partlow.
Os nove hexágonos de papelão encaixam uns nos outros, de formar a economizar o espaço num balcão ou numa estante. O conjunto já está disponível para pré-encomenda por 139 dólares (preço de saldos).
E nas cozinhas portuguesas?
De acordo com a startup, vários países já estão a fazer as suas encomendas. Atualmente, a Aggressively Organic está à procura de distribuidores e parceiros em determinados países do continente americano, também na Ásia, Austrália e Europa. Portugal faz parte dessa lista. “Nós queremos ajudar as pessoas de todo o mundo a cultivar em abundância produtos orgânicos saudáveis para as suas famílias”, disse o diretor de parcerias estratégicas, Daniel Tweedall, ao ECO.
Mas em Portugal também existem empresas focadas nas hortas interiores, com o objetivo de inspirar as pessoas a cultivar e adotar um estilo de vida mais saudável. A Life in a bag é um exemplo disso. Através da junção do design à sustentabilidade, oferece várias opções de produtos que permitem criar uma horta de ervas aromáticas, flores comestíveis e vegetais biológicos dentro de casa.
Um dos produtos que a empresa portuguesa comercializa é o Grow Bag, um kit composto por um saco impermeável, um pacote de sementes biológicas, substrato orgânico, argila e as instruções completas para cultivar sem dificuldade e com sucesso. “O Grow bag tem tudo o que necessita para começar a sua horta de interior e é um presente com vida”, afirma Pedro Veloso, diretor geral da Life in a Bag.
“Quando terminar as sementes pode comprar outras, renovar o substrato e utilizar o saco para cultivar novamente”, acrescenta. De acordo com as indicações no site oficial da marca, “basta colocar o saco junto a uma janela, regar regularmente e dar um pouco de carinho”.
O Grow Bag pode ser comprado por 9 euros, mas existem outras opções como, por exemplo, o Grow Pencil, por 3,50 euros. Este lápis cheira a menta ou flor de manjericão e utiliza-se, como qualquer outro, para escrever. Mas tem a particularidade de, no final, em vez ded se deitar fora, poder enterrar-se num vaso com terra. O lápis transformar-se-á numa erva aromática ou flor comestível, consoante a cápsula de sementes escolhida. “O Grow Pencil é o produto mais recente e também o mais vendido. Pelo significado da sustentabilidade, pelo fator surpresa e também pelo preço mais económico”, refere o responsável.
Se surgirem dúvidas na hora de semear, ou durante o processo de cuidar e manter a planta, a Plantit esclarece tudo. Criada em 2010 com a missão de “facilitar, incentivar e inspirar a implementação de hortas ecológicas”, a empresa portuguesa lançou uma aplicação que dá dicas e informações úteis para que qualquer pessoa consiga ter e cuidar de uma horta biológica em casa, mesmo sem perceber nada de jardinagem. A app é gratuita e está disponível para os sistemas operativos Android e iOS.
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