PS pede responsabilidade à esquerda e avisa para isolamento

  • Lusa
  • 3 Julho 2018

Numa altura em que cresce o descontentamento com o Governo, o líder da bancada socialista deixa avisos aos parceiros de esquerda. Pede responsabilidade no OE2019 e avisa para o risco de isolamento.

O líder parlamentar do PS afirmou esta terça-feira esperar que as negociações do próximo orçamento sejam caracterizadas pelo “indispensável sentido de responsabilidade”, manifestando-se convicto de que os parceiros da esquerda não querem voltar a uma situação de isolamento político.

Carlos César falava na abertura da sessão plenária das Jornadas Parlamentares do PS, num longo discurso em que se referiu às negociações do Orçamento do Estado para 2019.

“É uma apreciação que esperamos que seja concluída o mais depressa possível, que seja marcada pela convergência e pelo indispensável sentido de responsabilidade que estão envolvidos nesse diálogo. Outra coisa que não se espera dos partidos que certamente que se orgulham dos resultados destes três anos de atividade governativa, até porque nem o PS se desviou do seu percurso, nem os partidos que têm apoiado o Governo querem voltar a um regime de isolamento e a uma falta de influência na política portuguesa“, declarou Carlos César, numa alusão ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

PS aponta mudanças no acordo de concertação do Governo

O líder parlamentar socialista invocou esta terça-feira a liberdade da sua bancada para propor alterações ao acordo de concertação social com “sentido de responsabilidade”, defendendo que as mudanças laborais são património da esquerda com a oposição da direita.

Palavras proferidas por Carlos César no seu discurso de fundo nas Jornadas Parlamentares do PS, que hoje terminam junto à barragem do Alqueva, no município de Moura.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS começou por elogiar o acordo celebrado entre o Governo, as confederações patronais e a UGT para o combate à precariedade laboral e estabilização da vida profissional.

“Estas iniciativas tiveram sempre a oposição (ou a abstenção em alguns casos) do PSD e do CDS-PP, que também já se opuseram ao aumento do salário mínimo em concertação social. Estas medidas foram construídas e aprovadas pelo Governo e pelo PS com o apoio da maioria parlamentar que permitiu a investidura deste executivo. São medidas que constituem um património da esquerda política portuguesa e que devem ter continuidade nesse âmbito”, declarou Carlos César, recebendo uma salva de palmas.

Nesse sentido, segundo o líder da bancada socialista, o PS avançará agora com alterações para “melhorar” o recente acordo de concertação social, “impedindo abusos que o pervertam e salvaguardando o seu melhor espírito”.

“É esse o objetivo do Grupo Parlamentar do PS. É isso que faremos com a responsabilidade e a liberdade que nos são próprias”, frisou Carlos César, recebendo nova salva de palmas por parte de vários deputados socialistas, mas sem detalhar em concreto o alcance das medidas legislativas que serão apresentadas pela sua bancada.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS voltou também a usar a máxima de que, após a concertação social, segue-se a fase da “concertação parlamentar”.

“O PS não deixará de a promover ativamente”, completou o líder da bancada socialista.

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