DBRS: Reforço do Fundo Único de Resolução “não dá garantias aos credores”
O reforço do Fundo Único de Resolução para evitar novas crises foi uma das principais conclusões da última cimeira europeia. Contudo, a DBRS diz que não dá garantias suficientes aos credores.
Os líderes europeus decidiram na última cimeira avançar com um reforço do Fundo Único de Resolução para garantir que esta entidade terá dinheiro suficiente para fazer face a um potencial colapso de um banco na Zona Euro. Uma medida que é aplaudida pela DBRS, mas que a agência de notação considera não dar garantias suficientes aos credores.
A agência de notação considera, numa nota a que o ECO teve acesso, que este reforço, que ficou decidido na cimeira europeia, “é um passo positivo para melhorar os processos de resolução dos bancos, mas é preciso fazer mais para diminuir de forma significativa o risco de uma instituição financeira ficar numa situação de quase resolução”.
" “[O reforço do Fundo Único de Resolução] é um passo positivo para melhorar os processos de resolução dos bancos, mas é preciso fazer mais para diminuir de forma significativa o risco de uma instituição financeira ficar numa situação de quase resolução.”
No final da cimeira, Mário Centeno comunicou que se chegou a um consenso para que fosse atribuído ao fundo de resgate permanente da Zona Euro, com poderes reforçados, um novo instrumento para financiar o Fundo Único de Resolução bancária, o chamado backstop, considerado uma “rede de segurança” e instrumento de último recurso num cenário de crise sistémica.
“O novo mecanismo vai disponibilizar mais recursos ao Fundo Único de Resolução, que pode ser usado para disponibilizar liquidez e para recapitalizar bancos em dificuldades”, refere a DBRS. “Contudo, a agência de notação considera que apesar de o fundo ter mais recursos, é pouco provável que estes fundos venham a ser utilizados”, dada a complexidade do processo.
Para a agência canadiana, isto “não dá garantias aos credores, incluindo aos que detêm depósitos não garantidos”, acrescentando que “estes representam uma parte importante do financiamento dos bancos europeus, e ainda estão expostos a um bail-in“.
Tendo em conta esta exposição ao risco, os bancos deverão continuar a suportar custos elevados nas emissões de dívida de alto risco, exigida pelo Banco Central Europeu (BCE). A CGD foi a primeira a emitir esta dívida, mas rapidamente outros bancos a seguiram. Depois de colocar títulos Additional Tier 1, pagando 10,75%, recorreu aos AT2, pagando 5,75%, mais do que o BCP. O Novo Banco pagou 8,5%.
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