Os momentos mais Trump desta campanha

  • Juliana Nogueira Santos
  • 8 Novembro 2016

Vamos todos recordar esta campanha como uma das mais irreverentes de sempre, principalmente devido aos seus candidatos. Mas o que é que vamos recordar de Trump e da sua "Make America Great Again"?

O melhor de cada viagem não é a chegada, mas os momentos que guardamos dela e com esta viagem presidencial a estender-se desde 2015 não falta memorabilia variada, principalmente aquela que vem do candidato republicano Donald Trump.

Assumindo-se desde o princípio como o candidato contra o politicamente correto, o poder estabelecido e a atual classe política que governa os Estados Unidos, o republicano conseguiu deixar a sua marca neste ciclo eleitoral, principalmente por juntar a isso a sua irreverência e maneira própria de ver o mundo — ainda que por vezes moralmente duvidosa.

Assim, chegando à reta final, resta-nos relembrar o que ficará da campanha “Make America Great Again”. Mas calma, ainda não tire o cinto, o melhor está para vir.

As crianças são o melhor do mundo… até começarem a chorar

Em agosto deste ano, Trump dava um discurso no condado de Loudon, na Virgínia — um swing state. Corria tudo bem até um bebé começar a chorar. Ao princípio, Trump deu o ar da sua graça e da sua presumível humanidade, afirmando que adorava bebés e o seu choro. “What a baby”, dizia ele, “É novo e bonito e saudável!”.

Contudo, o bebé não deu tréguas e o candidato republicano também não: “Estava a brincar, tirem o bebé daqui.” E referindo-se à mãe afirmou: “Acho que ela acreditou mesmo que eu adorava ter um bebé a chorar enquanto falo.”

Discursos há muitos

Outro dos momentos mais caricatos não foi da autoria de Trump, mas sim da sua mulher Melania. A potencial primeira-dama apresentou-se no Congresso Republicano em maio deste ano e fez um discurso poderoso acerca da importância dos valores na vida das crianças e de como isso é uma das suas principais preocupações.

Nada de errado, até os meios de comunicação terem reparado que havia ali muitas semelhanças com outro discurso apresentado na Convenção Democrática de 2008, o de Michelle Obama.

No seguimento do plágio, ninguém da campanha foi despedido. Também não foi admitido nem por Melania Trump, nem por qualquer membro da caravana republicana que tinha havido plágio.

Todos votam, até os doentes terminais

“Não me importa o quão doentes estão!” Foi assim que Trump se dirigiu a um plateia de doentes terminais no Nevada. “Não quero saber se acabaram de chegar do médico e ele vos deu o pior diagnóstico possível, o que significa que acabou.” Será uma mensagem de esperança?

Não, é só o candidato a pedir para que estes se “aguentem” até dia 8 de novembro para poderem votar nele. “Depois, tudo o que vamos dizer que vos amamos e que nos vamos sempre lembrar de vocês.”

“Bad hombres” e “nasty women”

O terceiro debate entre os dois candidatos foi marcado por uma posição bem mais equilibrada do candidato republicano — talvez devido à assertividade do moderador, que não deixou que ambos se afastassem dos tópicos fulcrais.

Ainda assim, Trump conseguiu imprimir um pouco de si no discurso, primeiro quando afirmou que queria construir o muro na fronteira com o México e apertar as leis de imigração porque haviam alguns “hombres” maus que precisavam de sair…

E quando responde a um ataque da sua oponente afirmando que ela é uma mulher “desagradável”.

A última afirmação deu origem a um movimento de apoio a Hillary Clinton que afirmou ser constituído por “mulheres desagradáveis”. O merchandising fala por si.

20 mentiras por dia, 560 no total

O diário canadiano Toronto Star contabilizou todas as mentiras ditas por Donald Trump durante esta campanha e analisou-as caso a caso. Foram 560 mentiras, 20 por cada dia de campanha. Contudo, houve dias em que o candidato rebentou a média, como nos três debates em que foram contabilizadas 104 mentiras, comparando com as 13 de Clinton.

O jornal justificou tal trabalho afirmando que “a quantidade extrema e sem precedentes de mentiras de Trump fez com que começássemos a verificar tudo o que disse.”

Tudo ficará decidido esta noite e, não se esqueça, ECO vai estar em direto com todos os detalhes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Os momentos mais Trump desta campanha

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião