Trump e Juncker já chegaram a acordo para o comércio entre os EUA e a UE
Aumento das importações europeias de gás natural liquefeito e de soja dos EUA e tarifas de industriais mais baixas dos dois lados do Atlântico fazem parte do acordo celebrado.
Já há fumo branco. Donald Trump e Jean-Claude Juncker chegaram a acordo relativamente ao comércio entre os EUA e a União Europeia (UE). O aumento das importações europeias de gás natural liquefeito e de soja dos EUA e tarifas industriais mais baixas dos dois lados do Atlântico fazem parte do acordo celebrado entre o presidente dos EUA e o presidente da Comissão Europeia.
O acordo entre os dois blocos económicos evita assim uma guerra comercial transatlântica e alivia as tensões alimentadas pelas ameaças do presidente dos EUA de que iria impor tarifas à importação de carros europeus.
As duas partes acordaram em expandir as importações europeias de gás natural liquefeito e de soja, um movimento a acompanhar pela redução das tarifas industriais de ambos os lados.
“Tivemos um grande dia, muito grande“, disse Donald Trump num comunicado conjunto com Jean-Claude Juncker desta quarta-feira, citado pela Bloomberg. Os EUA e a UE vão “adiar outras tarifas” enquanto as negociações prosseguem, complementou o presidente da Comissão Europeia.
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De acordo com o Presidente dos EUA, os dois líderes também terão acordado trabalhar no sentido de tarifas “zero” para os bens industriais. Acrescentou também que tentariam “resolver” as tarifas sobre o aço (25%) e alumínio (10) que impôs desde o início de junho e as tarifas de retaliação exigidas pela UE em resposta.
A questão da soja pode suscitar problemas na Europa, uma vez que 94% da soja plantada nos EUA é geneticamente modificada, segundo estatísticas do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês). Em causa está sobretudo a comercialização deste produto, uma vez que a cultura da soja geneticamente modificada é interdita na Europa. A UE importa muita soja da América Latina, porque, depois do acordo agrícola de Blair House (acordo bilateral entre a UE e os EUA, feito em 1992), renunciou a cultivá-la.
Segundo uma fonte europeia, não vai ser imposta nenhuma nova tarifa alfandegária sobre as importações de viaturas europeias nos EUA, um dossier particularmente sensível para a Alemanha, onde este setor chave emprega cerca de 800 mil pessoas. A Casa Branca encarregou no final de maio o seu Departamento do Comércio de examinar a possibilidade de impor taxas suplementares, indo até 25%, sobre este setor estratégico da economia mundial e europeia, em particular.
A Alemanha saudou o acordo alcançado, considerando-o um “sucesso” suscetível de evitar uma guerra comercial e salvar milhões de empregos. “Felicitações para @JunckerEU, @realDonaldTrump: o sucesso alcançado pode evitar uma guerra comercial & salvar milhões de empregos! Muito bom para a economia mundial!”, escreveu o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, na rede social Twitter.
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Por fim, os EUA e a UE vão trabalhar em conjunto para reformar a Organização Mundial do Comércio, para “atacarem o problema das práticas comerciais desleais, incluindo o roubo da propriedade intelectual, a transferência forçada de tecnologias, as subvenções industriais, as distorções criadas pelas empresas do Estado e o excesso de capacidade”, detalhou Trump, com afirmações que visam a China.
(Notícia atualizada às 07h50)
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